• Poeta Osmar de Guedes Vaz: 120º Aniversário Natalício

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  • 07/out 08:00
    Por Fernando Costa

    Há dias, durante nosso chá à tarde, revivia eu, com o amigo José Afonso Barenco de Guedes Vaz, confrade da APL, o limiar de meu ingresso ao tradicional panteão. Completei 40 anos de minha posse aos Quadros Efetivos da renomada arcádia, da qual José Afonso, integra à Cadeira número 26, patronímica de Dom Azeredo Coutinho.

    Um dos votos a eleger-me foi do pranteado Consócio Acadêmico Osmar de Guedes Vaz, seu pai e, não obstante exíguo tempo de convivência acadêmica, revestiu-se em aprendizado, saberes, cordialidade e alegria.

    Conversávamos, ouvia suas trovas, histórias profissionais e literárias.

    O escritor José Afonso, caríssimo afiliado nas lides do Direito e, em diversas instituições culturais a exemplo das Academias Petropolitana de Letras, Letras Jurídicas, Instituto Histórico de Petrópolis, entre outros, autor de vários livros, numa das produções literárias abordou a “Vida e obra do Poeta Osmar de Guedes Vaz”, seu pai, em cujo prefácio o trovador Roberto Francisco o destaca entre as filigranas imperiais “o maior poeta satírico da terra de Pedro II.”

    Na obra acima referida, o mestre e prefaciador destacou vários momentos do insigne poeta, por exemplo, a sua fase romântica: “Rosas assim, amarelas, que te deram com bom gosto, não são, Maria, tão belas como as rosas do teu rosto.” O filosófico: “Como pode, meu Jesus ter, na vida, tão má sina, quem se guiou pela luz da sua santa doutrina?” O Osmar apaixonado: Tive tudo, nesta vida, tudo, tudo quanto quis. Sem você, porém, querida jamais seria feliz. “O lado Cristão do poeta: É Natal… E, numa prece a Jesus onipotente, eu peço uma farta messe de graças… pra toda gente.”

    Osmar de Guedes Vaz nasceu em Oliveira, Minas Gerais, em 8 de setembro de 1905, portanto, estaria a completar 120 anos se não houvesse alçado voo aos páramos celestiais.

    Guardo no escrínio de meu coração o desvelo e a fraternal amizade a mim dedicados por Osmar e, sobretudo o dia em que o visitei no Edifício Minas Gerais à Rua Barão de Teffé munido de livros e recortes de publicações e de uma carta de apresentação feita em 1984 pelos amigos Paulo César dos Santos, Octávio de Moraes e Jaques Burllet cujo conteúdo era a inscrição de meu nome à vaga da cadeira número 22, patronímica de Raul de Leoni motivada pelo falecimento do insigne poeta Silvio Júlio de Albuquerque Lima. 

    Daquela data em diante foram realizadas diversas visitas sempre contando com o carinho de sua esposa, professora Regina, a brindar-nos com deliciosos bolos, em especial os de laranja e, o chá das terras britânicas, sedimentando o fortalecimento de uma amizade pura e eterna.

    Osmar era filho de Affonso de Athayde Guedes Vaz e Floripes Dias de Guedes Vaz honrou suas raízes sólidas, profundas e ornadas edificantes obras e exemplos.

    Na seara profissional era ele, alto funcionário do Departamento Nacional de Estrada de Rodagem, destacou-se na então Autarquia como Diretor do Serviço de Comunicações, assistente do Diretor Geral, engenheiro Jacintho Xavier Martins Filho, tendo se aposentado na condição de tesoureiro geral do D.N.E.R. 

    Pertenceu à Sociedade Petropolitana de Arte e Cultura, Academia Petropolitana de Letras, onde ocupou a cadeira de número 28, patronímica de Castro Alves, União Brasileira de Trovadores (da qual foi presidente), Sala de Letras e Artes Gabriela Mistral e, durante os festejos dos 42 anos da Academia Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni, o nome de Osmar de Guedes Vaz foi exaltado entre os luminares da cultura no quadro de Patronos de Membros Eméritos por mim ocupada, no renomado Panteão Cultural.

    Publicou várias obras entre elas “Versos… Di… Versos” em 1956,  “Cantigas que fiz na Serra”, em 1964, “Travos, Trevos e Trovas”, em 1978. Sua bibliografia dá notícia ainda dos livros “No Limiar do Além” e o “Canto do Cisne”.

    Figura nos alfarrábios “Meus Irmãos os Trovadores” e “Trovadores do Brasil”, coletâneas de Luiz Otávio e Aparício Fernandes, respectivamente.

    Recebeu inúmeras premiações, dentre elas, através da Academia Internacional de Letras em homenagem ao Ano Mundial da Criança.

    Exerceu o jornalismo. Escreveu durante vários anos nos principais jornais petropolitanos e, no Jornal “Terra Mineira” de Belo Horizonte e no “Vassourense” da cidade de Vassouras.

    Elegeu-se Vereador, mas, preferiu abrir mão desse cargo em favor de um colega de partido.        

    Tenho plena convicção de que morte só existe para aquilo que não é eterno e ela só se concretiza a partir do momento que apagamos de nossos corações aqueles aos quais bem queremos.

    Seja louvado Osmar de Guedes Vaz sob o manto de Maria Santíssima, dos Anjos, Santos e Espíritos de Luz para a glória de Deus Uno, Trino, alegria de seus familiares e legião de admiradores.

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