
Sehac vira braço operacional da Saúde, custo aumenta e conta não fecha: como cobrir o rombo?
Um dos principais desafios que a atual gestão da Secretaria de Saúde tem neste momento é como fazer a conta do Sehac fechar. O relatório de gestão apresentado pela Secretaria de Saúde mostra em números como o Serviço Autônomo cresceu. A folha de pagamento custou R$ 44,5 milhões de maio a setembro. Isso sem contar a conta das UPAs, que chegou a R$ 3,8 milhões. Uma conta de R$ 14,9 milhões por mês que já ultrapassa as folhas somadas da Secretaria de Saúde, RPAs, residentes e estagiários – que chega a R$ 14,4 milhões. E essa conta pelo pagamento dos funcionários mostra exatamente o tamanho do pepino sobre o que fazer com o Sehac, que vem sendo usado, nos últimos anos, como braço operacional de todo o sistema de saúde, e não apenas do Hospital Alcides Carneiro, conforme era a ideia inicial.
Aumento de custeio com repasses atrasados
Desde 2018 e com processo acelerado em 2023, o Sehac deixou de ser apenas o gestor do Hospital Alcides Carneiro e passou a ser um grande operador do sistema de saúde, gerenciando sete unidades. Como o trâmite para o Serviço Autônomo é menos burocrático, de fato o usuário até sente uma melhora na ponta – é mais fácil, por exemplo, repor a falta de um médico em uma unidade. Mas o custo do sistema vai em uma velocidade maior do que a capacidade da Prefeitura de repassar as verbas. Tanto que, desde 2019, a dívida do município com o Sehac é de R$ 118 milhões. Com os fornecedores, o débito é de R$ 48 milhões. E aí que está o grande dilema: como diminuir o custo, fazendo uma transição de gestão ou fechando portas, o que sempre gera transtorno? A atual gestão cogitou pequenas mudanças nesse sentido, pontuais, mas o desgaste foi grande. Como equacionar esse passivo? Qual seria o melhor sistema para gerenciar toda essa rede? São questões que devem ser analisadas para dar um fundo a esse poço.
Histórico
Em 2018, após problemas com um consórcio, o Sehac acabou virando uma solução de emergência do governo Bernardo Rossi para administrar as duas UPAs até então existentes, do Centro e de Cascatinha. Em 2020, a unidade inaugurada em Itaipava também passou para a gestão do Serviço Autônomo. A partir de 2023, a gestão Bomtempo ampliou ainda mais os serviços do Sehac, passando a gerenciar as Unidades Básicas de Saúde do Vicenzo Rivetti, Bairro da Glória, Itamarati, além das Unidades Pré-Hospitalares inauguradas em Pedro do Rio e Posse, os “Alcidinhos”. Foi um projeto claro de transformar o Sehac no grande operador do sistema de saúde, deixando a Secretaria apenas para fins administrativos, retirando dela o atendimento. Isso, aos poucos, foi inflando os custos do sistema – que, vale dizer, já é pesado só com a gestão do HAC, uma vez que a média e alta complexidade custam bem caro e as tabelas de repasse do Governo Federal historicamente são defasadas em relação ao custeio.

Em votação?
E o corpo técnico do TCE deu parecer contrário às contas do último ano de gestão Bomtempo, referentes a 2024. O ex-prefeito ainda tem como recorrer e o relatório final ainda irá para o colegiado do Tribunal de Contas do Estado, mas a gente já vai avisando pra Câmara que é melhor separar espaço e comprar novas gavetas, pois vai ter processo novo para dar companhia às oito contas (incluindo uma rejeição a Bomtempo, em 2016; e duas a Bernardo Rossi, em 2019 e 2020) paradinhas lá no arquivo.
Golpe de vista
Aliás, Bomtempo garante que irá mostrar que fez tudo direitinho e que merece ter suas contas aprovadas. Até aí beleza. Mas o ex-prefeito voltou a chamar a perda do ICMS “a mais” de “golpe tributário” contra a sua gestão. Deve ter sido o soco de uma polegada de Bruce Lee ou um ataque do Rambo, já que a atual gestão, que o derrotou nas urnas (e de goleada), ainda não conseguiu ver um centavo e tá penando para pagar as contas do município sem o dinheiro adicional e ainda a fatura de quando a gestão anterior recebeu o “a mais” da GE Celma.
Vulgar sem ser sexy
Vocês viram que graça o prefeito de Canhoba, Chrystophe Divino? Se achando no auge da forma, o moço completou seus 40 anos com um ensaio sensual (quer dizer, era pra ser) em trajes sumários, só de cuequinha, na intenção de provocar os instintos mais primitivos dos eleitores. A gente, daqui, não gostou muito do que viu mas ficou orgulhoso. É Petrópolis exportando pro Sergipe o concurso do Servidor Esteticamente Bonito! Aqui não deu, mas lá tá bombando!
Decisão
É neste domingo que Três Rios decide o seu futuro. A eleição suplementar marcada para o domingo escolhe o prefeito após o titular, Joa, ter tido candidatura cassada pelo TSE. Cinco candidatos estão na disputa e a campanha, na reta final, eles até importaram cabos eleitorais petropolitanos para ver se engrossam um pouco suas possibilidades. E estão certos: como lá não tem segundo turno, vai ser dedo no olho e gritaria, voto a voto. Jonas Dico (prefeito interino), Anderson Muriçoca e Juarez da Saúde estão mais bem colocados, com margem pequena, segundo as pesquisas.
Demonstração de força
A CPI aprovada na quarta-feira pela Câmara para investigar irregularidades no contrato com a Águas do Imperador, capitaneada pela oposição, foi lida pelo mercado político naquele momento como uma demonstração de independência e autonomia do Poder Legislativo inclusive com possíveis desdobramentos para outras votações. A sessão foi interrompida algumas vezes, mas a Comissão Parlamentar de Inquérito foi aprovada.
Ordem unida
A Câmara realiza na segunda-feira mais um movimento em defesa da vinda do supercomputador de inteligência artificial, se somando ao movimento da sociedade civil organizada. Uma reunião pública vai acontecer a partir das 18h30 no Palácio Amarelo. A ideia é mostrar força e união de todas as instituições públicas, privadas e organismos da sociedade civil organizada em apoio à instalação do equipamento em Petrópolis.

Contagem
Estamos há 2 anos, 4 meses e 28 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
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