
Sobreviventes do câncer de mama podem fazer musculação?
Podem. Quando digo que exercício físico é bom para tudo é calcado em estudos fidedignos, principalmente a musculação, que depois da pandemia assumiu um grau enorme de importância na prevenção e adjuvante no tratamento de doenças.
Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) demonstraram que o treinamento resistido (musculação) é seguro para “sobreviventes” do câncer de mama. Doença que atingiu em 2012 mais de 1,7 milhão de mulheres no mundo. Por que “sobreviventes”? O tratamento inclui cirurgia, radiação e terapia hormonal isoladamente ou em combinação. Os efeitos colaterais, no sistema imunológico e massa muscular, podem comprometer a qualidade e a expectativa de vida. A revisão de artigos de Santos et al. (2017) com mulheres sobreviventes ao tratamento citado onde foi aplicado treinamento de força, a maioria apresentou melhoria da força muscular e dos biomarcadores sanguíneos avaliados antes e depois do treinamento de 6 meses.
A Medicina, a Ciência e a Educação Física avançam no sentido de considerar cada vez mais o exercício físico como parte do tratamento de todas as doenças. Vários estudos com pessoas diagnosticadas com síndrome metabólica reduziram a dosagem medicamentosa depois de incluído treino combinado (aeróbio + musculação). Seria antiético prescrever exercício físico para uma pessoa doente que pode fazer os afazeres domésticos? Não seria contrassenso uma pessoa ser proibida de fazer exercício físico se pode trabalhar e/ou fazer as atividades domésticas? Na academia essa pessoa está sob supervisão profissional. Em casa não. Se pode trabalhar, pode fazer exercício físico. O maior inimigo não é o câncer. É a própria cabeça.
**Literatura Sugerida: Dos Santos WDN, Gentil P, de Moraes RF, et al. Chonic Effects of Training in Breast Cancer Survivors. Biomed Res Int. 2017.