• Galípolo: este é um BC que depende de dados; juro contracionista responde essa questão

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  • 25/set 16:52
    Por Célia Froufe, Cícero Cotrim e Marianna Gualter / Estadão

    O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira, 25, que a autoridade monetária continua “dependente de dados”, tentando comunicar a sua função de reação. Isso, com a taxa de juros em nível contracionista, responde aos questionamentos sobre a duração do período “bastante prolongado”, ele argumentou.

    Indagado sobre o tema durante a entrevista coletiva para comentar o Relatório de Política Monetária (RPM), Galípolo explicou que a menção a uma “continuidade na interrupção” do ciclo de alta de juros foi retirada das comunicações do Comitê de Política Monetária (Copom) porque tinha se tornado extemporânea, e a postura dependente de dados já ficou clara.

    “Parecia ficar um pouco extemporâneo você manter a ideia de continuidade da interrupção, ainda que a gente tenha preservado ali a ideia, na linha de que nós estamos dependentes de dados, que nós vamos seguir observando se a taxa de juros está em um patamar contracionista o suficiente para produzir a convergência da inflação para a meta”, disse o banqueiro central.

    Galípolo afirmou que os recordes atingidos no mercado de trabalho brasileiro apoiam a ideia de que a autoridade monetária deve reagir, em um cenário de inflação fora da meta e com desemprego nas mínimas históricas. Ele acrescentou que o pior cenário para um trabalhador é a combinação de inflação relevada e queda da renda.

    Divergências

    O presidente do Banco Central repetiu ainda que considera “legítimo” que haja divergências entre autoridade monetária e Ministério da Fazenda em relação à condução da política monetária.

    “É absolutamente legítimo, dentro do ambiente democrático que nós vivemos, que qualquer pessoa possa expressar sua opinião sobre o que imagina que deveria ser feito na política monetária, em especial o ministro da Fazenda”, ele disse, quando indagado sobre o tema durante a entrevista.

    Ele lembrou que o processo decisório permanece com o Copom, que tem autonomia para conduzir a taxa de juros.

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