
Cardiologista de Petrópolis participa de congresso em Madrid e chama a atenção para desigualdades no acesso a exames do coração
O médico cardiologista Tayene Quintella, de Petrópolis, participou do ESC Congress 2025, o maior congresso mundial de cardiologia, realizado neste mês em Madrid, na Espanha. O evento reuniu mais de 33 mil especialistas de 169 países e trouxe como foco a saúde global e as desigualdades no acesso à prevenção e ao tratamento.
Para o especialista, o tema tem relação direta com a realidade brasileira. Um levantamento da Socesp mostra que mais de 83% das internações por doenças cardiovasculares no SUS acontecem em situações de emergência, quando o paciente já chega em estado grave.
Dr. Tayene lembra que a rede privada concentra a maior parte dos exames e equipamentos avançados. “O acesso desigual significa que, muitas vezes, o paciente só descobre a doença quando ela já está em estágio crítico. Se houvesse diagnóstico precoce, grande parte dessas internações poderia ser evitada”, afirma.
Coordenador do serviço de arritmias do Hospital Santa Teresa e integrante da equipe de Eletrofisiologia da Rede D’Or São Luiz, no Rio de Janeiro, o médico destaca a importância de aproximar inovação e realidade local. “Nos congressos, discutimos drogas de última geração e monitoramento remoto com inteligência artificial. Mas a verdadeira transformação só acontece quando conseguimos levar essas ferramentas para o dia a dia do paciente comum”, explica.
Entre os avanços debatidos no congresso estão novas drogas para hipertensão resistente, estudos de impacto do clopidogrel em prevenção secundária e o uso de dispositivos de monitoramento remoto assistidos por inteligência artificial. “O Brasil precisa de políticas que conciliem inovação com inclusão. A ciência está avançando rapidamente, mas se a tecnologia não chegar a quem mais precisa, continuaremos com os mesmos índices alarmantes de emergência”, conclui o cardiologista.
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