Nova paralisação da Turp e instabilidade do transporte reforçam urgência de licitação

A quarta-feira que parecia tranquila acabou caótica, mais uma vez, por problemas referentes à Turp. Os rodoviários novamente cruzaram os braços e os passageiros ficaram sem alternativas em pleno horário de pico. Para o passageiro, o sistema, além de caro e ineficiente, também é instável: muita gente não sabe sequer se o ônibus que o levou ao trabalho vai transportar de volta para casa. Nessa crise, que também é de credibilidade, quem pode “foge” do sistema por meios alternativos como motos por aplicativo e até mesmo veículos piratas, que são ilegais mas, no meio do caos, se transformam em alternativa aos olhos do usuário. O governo municipal sinalizou um norte para tentar solucionar a questão: uma nova licitação para o primeiro semestre de 2026. O sistema deve ser “refundado”, já que as bases das atuais linhas data da década de 1990, quando a dinâmica de deslocamento da cidade era outra. Mas, para que o processo aconteça sem atropelos, a CPTrans precisa discutir o novo modelo com a sociedade civil organizada desde já, o que ainda não aconteceu. O tema foi anunciado e tratado em uma reunião do Comutran, meio “an passant”, e não se falou mais do assunto.

Empresas se “escoram” no vale-educação para justificar atrasos

O vale-educação foi criado em 2021, num acordo judicial entre a Prefeitura e o Setranspetro para custear as gratuidades dos alunos da rede municipal. Só que, desde o início do acordo, o pagamento sempre “mancou”, gerando um efeito cascata, já que as empresas se “escoram” nesse pagamento alegando. A situação começou a degringolar com o caos que se transformou a Petro Ita e a Cascatinha, que agonizou em praça pública por dois anos. Após a sua retirada, a Turp, que já tinha lá seus problemas, substituiu a maior parte da operação das empresas e a situação se agravou e os rodoviários perderam o crédito e a paciência. A própria Prefeitura parcelou recentemente uma dívida do último trimestre de 2024 para tentar equalizar a situação. Mas a nova crise, a alegação da empresa de que a culpa foi da falta de pagamento e a penúria financeira que sempre se agrava com o final do ano mostram que o caso está longe de uma saída rápida.

Primeiro teste

Em meio à nova crise, o Comutran, conselho que debate o transporte público e sempre foi palco de acaloradas discussões, pela primeira vez está sendo presidido pela sociedade civil organizada. Líder comunitária do Dr. Thouzet, Cássia Hammes, a nova presidente, terá na situação da Turp e suas paralisações o seu primeiro teste. Turp que, inclusive, a nova presidente conhece bem, já que a empresa atende ao bairro onde ela atua.

Casa cheia

Se a audiência de prestação de contas do quadrimestre da Defesa Civil foi esvaziada, com o secretário Guilherme Moraes segurando o rojão sozinho, o governo municipal enviou Exército, Marinha, Aeronática e a cavalaria aérea para a apresentação da Educação. Até Fred Procópio foi escalado para tentar, digamos, aplacar os corações dos nossos queridos vereadores.

Amargo acaso

Falando nisso, a Câmara marcou para o último dia do mês a prestação de contas referente à gestão fiscal no último quadrimestre, justamente o dia em que era habitual o pagamento dos servidores… Até o agravamento da penúria financeira. Caso o dinheiro não pingue na conta (e não dá para afastar essa possibilidade), a reunião pode ter potencial inflamável.

Reforço

O Governo do Estado realizou o oitavo aditivo no contrato para aluguel de equipamentos e máquinas para realizar operações de dragagem em Petrópolis, com valor de R$ 18 milhões e prazo estendido para até o final de fevereiro de 2026. As obras do “Limpa Rio” são a grande vitrine do supersecretário, braço-direito de Cláudio Castro e pré-candidatíssimo a deputado federal Bernardo Rossi.

Reposição

Entre tanta desesperança para a economia, deu um alento a notícia de que a rede Dom Atacadista vai ocupar o espaço que já foi do Extra no Alto da Serra. Nem tanto pela atividade, já que não faltam mercados em Petrópolis, mas pela reposição de empregos e também porque certos espaços tradicionais – como era o caso de lá – acabam se tornando símbolos do esvaziamento econômico.

Pepeô!

Foi só a gente falar aqui que aquela região do Valparaíso tá com urucubaca que até um poste caiu na Marquês de Paraná, importante ligação entre a Coronel Veiga e o bairro. Até Partisans que são laicos recomendam rezar um pai-nosso antes de passar pela região, porque tá brabo…

Enquanto uns choram, outros vendem lenço…

A gente falou aqui que o pau cantou (com trocadilho) para vereadores que apresentaram restrições ao evento dos passarinheiros no Parque de Itaipava. O evento foi duramente criticado por protetores dos animais, mas os criadores de passarinhos em gaiola são articulados e fizeram barulhos na rede social. E quem lucrou politicamente com o evento foi o vereador Júnior Paixão. O xerife de Pedro do Rio ajudou a organizar e apareceu todo pimpão no dia do evento, que aliás foi considerado o maior do Brasil.

Num canto

Os passarinheiros consideraram o evento um sucesso. Só faltou perguntar para os passarinhos se eles gostaram de ficar cantando a tarde inteira para os outros em suas gaiolas.

Contagem

Estamos há 2 anos, 4 meses e 18 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.