• Associações criticam falta de fiscalização e cobram antecipação de obras na Ponte do Arranha-Céu

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  • 16/ago 08:41
    Por Wellington Daniel | Foto: Arquivo

    A liberação do tráfego de veículos de até 20 toneladas na Ponte do Arranha-Céu, em Itaipava, não retirou a preocupação de entidades do distrito, que alertam para a falta de fiscalização e de barreiras físicas para evitar o excesso de peso. O novo limite foi definido por laudo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que anteriormente havia colocado o limite em 10 toneladas. Em audiência da Justiça Federal nesta semana, foi citado que o DNIT ainda aguarda autorização de Brasília para execução do reforço estrutural.

    O presidente da Unita, Alexandre Platz, afirma que “a proibição de tráfego de veículos com mais de 10 toneladas, que era o parâmetro anterior, apontado como ‘seguro’ para o uso da ponte, nunca foi plenamente obedecido”. Platz critica o uso de um limitador de altura, “danificado com a passagem de veículos de carga mais de seis vezes”, e defende que, sem barreira física e fiscalização adequada, o risco permanece. A entidade também cobra que a nova concessionária da BR-040 antecipe a duplicação da ponte.

    “A Unita cobra da nova concessão da BR-040 a antecipação da duplicação da Ponte do Arranha-Céu. A previsão é de que uma nova ponte seja construída apenas em 2028, de acordo com o edital da licitação vencida pelo consórcio Nova Estrada Real. Mas entendemos como prioridade a construção do equipamento logo no início das operações do novo trecho da BR-040”, afirmou.

    Já o presidente da NovaAmosanta, Carlos Eduardo Pereira, diz que esta alteração no peso dos veículos autorizados a trafegar não vai fazer diferença, pois “não existe nenhum mecanismo de aferição de peso no acesso à ponte”. Para ele, a única forma de se ter certeza é proibindo a passagem de caminhões. A associação também defende que a nova concessionária priorize primeiro as obras do trevo do Bramil e, depois, a construção de uma nova ponte com duas pistas.

    “O limitador de altura, que é sempre quebrado, também não garante nada, pois um caminhão alto não significa que tenha excesso de peso. Resumindo, em nossa opinião, a única forma de se ter certeza é proibindo a passagem de caminhões. Nesta situação, ainda dependemos da fiscalização efetiva da Polícia Rodoviária Federal, que é feita esporadicamente”, explicou.

    Segundo o DNIT informou na audiência da 1ª Vara Federal, no dia 13, a ponte suporta até 24 toneladas, mas o limite foi fixado em 20 toneladas como parâmetro seguro para o transporte coletivo. A Justiça acompanha o caso no cumprimento de sentença movido pelo Ministério Público Federal, que inclui outras intervenções na BR-040 e na Estrada União e Indústria.

    Com o novo limite de 20 toneladas, o transporte público que passava pela Ponte do Arranha-Céu também foi liberado para retomar seu trajeto original. A medida impacta diretamente as linhas 707 (Fagundes), 713 (Vila Rica) e 722 (Vila Rica – Noturno), operadas pela viação Turp Transporte. Desde maio, esses coletivos estavam impedidos de passar pelo trecho e utilizavam como alternativa a Estrada do Catobira para acessar a União e Indústria.

    Hoje, a ponte é de responsabilidade do DNIT. No entanto, a nova concessão da BR-040 prevê que o trecho passe à administração da futura concessionária. O Consórcio Nova Estrada Real assina o contrato em 29 de setembro e deve assumir a rodovia cerca de 30 dias depois.

    Paralelamente, uma reunião realizada pelo MPF no dia 12 de agosto, com representantes do DNIT, da futura concessionária, da PRF, prefeituras e entidades resultou em 12 apontamentos para melhorias na BR-040. As propostas incluem intervenções na Ponte do Arranha-Céu. As sugestões serão encaminhadas com o pedido de serem incluídas no “Plano de 100 Dias” da nova gestão da rodovia.

    Leia também: Reunião no MPF termina com 12 apontamentos para melhorias na BR-040

    O que dizem os órgãos

    O DNIT informou que as intervenções na ponte do Arranha-Céu ocorrerão após a análise dos estudos geotécnicos, topográficos e ensaios realizados na estrutura, feitos e já entregues pela empresa Concremat Engenharia e Tecnologia S.A.

    Segundo o departamento, com o diagnóstico detalhado, técnicos do DNIT trabalham para apresentar a melhor solução de engenharia e, assim, garantir a trafegabilidade do trecho. “Preliminarmente, uma das opções é reforçar os pilares, uma vez que uma outra estrutura será construída pela nova concessionária da rodovia”, informou. 

    O DNIT destacou ainda que os ensaios realizados apontaram que a ponte atualmente possui estabilidade para a circulação de veículos com até 20 toneladas. Por esta razão, no momento, a ponte do Arranha-Céu está parcialmente interditada, liberada apenas para veículos que atingem esta pesagem, garantindo a circulação urbana com segurança.

    As ações no local, segundo informou o DNIT, integram um inquérito público, no qual há atribuições para diferentes órgãos. O departamento disse que município e Polícia Rodoviária Federal ficaram com as atribuições de instalar os controladores de velocidade e de fiscalização, respectivamente.

    A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que a Ponte do Arranha-céu não é um trecho sob a sua circunscrição. A PRF disse que atua em apoio aos órgãos responsáveis, quando necessário, no acesso ao local. Em relação à sinalização e infraestrutura da via, lembrou que também não é sua competência.

    A CPTrans não respondeu até a última atualização.

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