• Roberto Funger fala sobre a peça “O Mensageiro”

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  • 24/01/2020 19:14

    Ao fazer o curso de teatro no Tablado, na cidade do Rio, com objetivo de perder a inibição, o petropolitano Roberto Funger, 56 anos, descobriu o seu lado artístico, fortalecendo seu dom para escrever textos de humor e o gosto por atuar. A partir desta experiência surgiu a peça “O Mensageiro”, que teve sua estreia nacional na cidade de Apucarana, no Paraná, e agora em sua cidade natal, no dia 25 de janeiro, no Teatro Santa Cecília. 

    Ele não esconde a emoção e, mesmo afirmando que a experiência da estreia em Apucarana o deixa mais tranquilo, seus olhos ficam vermelhos e lágrimas logo surgem, ao falar sobre ver seu texto sendo encenado em Petrópolis, onde será assistida por amigos e familiares. “É uma emoção que não consigo descrever. Mesmo sabendo que os atores dominam o texto e que será um sucesso como foi a estreia, para mim é muito difícil falar, pois na plateia estarão pessoas amigas e familiares e muitos leram o texto antes de ir para o palco”, comenta Roberto enxugando os olhos. 

    Mas, para quem pensa que tudo foi apenas flores não imagina que por cerca de dois anos, Roberto Funger desistiu de vê-la no palco. A peça “O Mensageiro” teve duas estreias adiadas por falta de patrocínio, mesmo com o projeto aprovado pela Lei Rouanet. Na primeira vez, ainda com o título de “Ciscos em Papel Branco”, a peça seria produzida por Rogerio Fabiano e encenada pelas atrizes Tânia Alvez e Livia Rossi e o ator Raul Gazolla, com direção de Ignácio Coqueira. 

    Na segunda tentativa, também com projeto aprovado na Lei Rouanet, tendo a frente o produtor Rogerio Fabiano e direção de Anselmo Vasconcelos, a peça ficou no papel, pois mais uma vez não conseguiu patrocínio. Nesta etapa, por sugestão de Vasconcelos o título foi alterado para “O Mensageiro”. Por causa destas situações, Roberto Funger ficou desanimado, “e decidi. Se ela não seria encenada, iria pelo menos deixar as pessoas lerem o texto”. 

    A partir desta ideia, Roberto selecionou cem pessoas e enviou o texto para que lessem e avaliassem se era bom ou não. Segundo ele, algumas pessoas não leram e um amigo chegou a afirmar que não iria ler, “pois iria ver o texto encenado. Hoje ele será uma das pessoas na plateia em Petrópolis”. Muitos comentaram e uma amiga de Apucarana, Jesana Gambi disse que adorou e passou a trabalhar para que fosse encenada na sua cidade. “Ela conseguiu o elenco, o apoio e o teatro e com isso cobramos apenas um quilo de alimento. Em três dias arrecadamos uma tonelada de alimento”. 

    Roberto Funger conta que, durante as conversas com Jesana, a dificuldade estava em escolher um diretor e disse que gostaria de dirigir a peça, “pois este foi meu desejo desde o dia que escrevi a peça”. Todos os ensaios foram conduzidos por meio de whatsapp e somente as vésperas da estreia é que cheguei a Apucarana. Além de dirigir a peça, Roberto também atua, pois o diretor tem um papel fundamental na solução da história.

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