
*Atualizado às 12h15 para atualização do posicionamento da Prefeitura
O governo municipal informou que serão necessários cerca de R$ 20 milhões para garantir a merenda escolar até o fim de 2025. A estimativa foi apresentada nessa quarta-feira (13) durante reunião do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) e considera o montante necessário somado às dívidas.
Segundo representantes da administração, o déficit herdado da gestão anterior é de quase R$ 4 milhões — dos quais R$ 2,933 milhões já foram pagos, restando cerca de R$ 1 milhão. Em 2025, o gasto com merenda chegou a R$ 5,712 milhões, e há ainda uma dívida adicional de R$ 5,164 milhões, o que representa um déficit acumulado próximo de R$ 6 milhões. Para manter o fornecimento até dezembro, a previsão é de que sejam necessários entre R$ 8 milhões e R$ 12 milhões, elevando o valor total a viabilizar para cerca de R$ 20 milhões.
A chefe de gabinete da prefeitura, Rosângela Stumpf, afirmou que a gestão está lidando com a situação mês a mês. “Vivendo um dia de cada vez. Não vou mentir”, disse, explicando que foram encontrados empenhos cancelados e despesas não registradas, e que os pagamentos aos fornecedores estão sendo feitos de forma gradual, com suplementações pontuais para garantir as compras. Ela também reforçou que o padrão da merenda será mantido.
Durante a reunião, foi informado que a Prefeitura pretende apresentar, no próximo encontro do conselho, um plano financeiro mais detalhado e acompanhar mensalmente o andamento das contas. Está previsto ainda um levantamento sobre os trabalhadores terceirizados da Capital Ambiental para avaliar o contrato vigente, de R$ 100 milhões, e possíveis reduções, direcionando a possível economia para a merenda.
A vereadora Júlia Casamasso lembrou que o problema já havia sido apontado anteriormente. “O CAE já havia alertado no ano passado que a previsão orçamentária para a merenda estava muito abaixo do necessário. Tentamos corrigir essa distorção com emendas ao orçamento para chegar aos R$ 40 milhões solicitados pelo conselho, mas todas foram negadas. Na época, o então vereador, hoje prefeito, disse ter um plano. Agora, em agosto, a prefeitura não apresenta nenhuma estratégia sólida”, criticou.
A Secretaria de Educação, em nota, garantiu que não haverá falta de merenda nas escolas até o final do ano letivo. A Prefeitura de Petrópolis informou que publicou, no Diário Oficial, decreto que reconhece a calamidade financeira e está reduzindo custos em todas as secretarias, o que possibilitará o direcionamento de recursos para áreas como a Educação, garantindo o fornecimento de merenda. De acordo com as estimativas apresentadas na nota, será necessário um remanejamento de aproximadamente R$ 11 milhões para a merenda até o fim do ano.
Leia mais notícias sobre Petrópolis e região: