• Joaquim Saldanha Marinho

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  • 25/jul 08:00
    Por Afonso Vaz

    Muitas pessoas, de um modo especial aquelas que não nasceram nesta cidade, todavia aqui acolhidas de braços abertos, certamente desconhecem a respeito da importância de personalidades, de diferentes seguimentos, que mereceram receber justas homenagens por parte do poder público, deixando marcados seus nomes em ruas, praças, bustos, estátuas, de forma a merecidamente consagrá-los. 

    ​E dentre tais personalidades, sem falar naquelas famílias que aqui chegaram, na condição de colonos, tais como alemães, italianos e de outras paragens, cidadãos esses que deram tudo de si em prol do crescimento da cidade e também alvo de justas homenagens, destacando-se ainda, profissionais liberais, religiosos, políticos, literatos, além de tantas outras figuras, de expressão nacional, que nesta cidade não tiveram seus berços porém aqui tendo vivido, dignos de iguais honrarias.

    ​Por ter residido por anos, justamente ao tempo da mocidade, na rua Saldanha Marinho, lá tendo sido criado, quedou que há poucos dias encontrei-me com um antigo vizinho que se tornou amigo e que continua residindo na citada rua, indagando-me: “afinal, quem foi Saldanha Marinho e o que fez para justificar que seu nome fosse dado à nossa rua?”.

    ​Diante da pergunta acabei por refletir comigo mesmo, vez que tais situações devem persistir, em grande número, com relação às pessoas que pela falta de interesse, em especial, pela ausência da leitura acabam por viver por longos anos em um mesmo local, desconhecendo acerca daqueles que mereceram tal distinção.

    Na verdade, não lhe respondi de imediato por saber apenas que fora um político de grande relevo à época do Império.

    ​Entretanto, após proceder a pesquisas, pude verificar que Saldanha Marinho foi muito mais: advogado, jornalista, sociólogo e também, que por força do exercício da advocacia veio a desempenhar a presidência do Instituto dos Advogados Brasileiros, sendo o seu oitavo dirigente.

    ​Formado na Faculdade de Direito de Olinda, Pernambuco, destacou-se na política como um dos autores do anteprojeto da Carta Magna de 1891; foi, outrossim, Senador pelo Distrito Federal após a Proclamação da República.

    ​Na condição de jornalista usava o pseudônimo Ganganelli.

    ​Ainda, na área política é de se ressaltar sua atuação na condição de signatário do Manifesto Republicano, nos idos de 1870.

    ​Fez carreira política, eleito Deputado Federal pelo Ceará em 1848.

    ​No período de 1865/67 presidiu da Província de Minas Gerais, exercendo o mesmo posto em São Paulo (1867/1868), eleito Senador pelo Distrito Federal em 1890.

    Atuou com perseverança em prol do abolicionismo adotando posicionamento contrário no tocante ao regime monárquico.

    Autor de inúmeras obras, dedicou-se, também, a escrever Artigos e Discursos, tornando-se defensor da separação entre a Igreja e o Estado.

    Certamente que muitos de nós desconhecíamos a propósito dos inúmeros legados por parte de Joaquim Saldanha Marinho, em detrimento da história de nosso país, quiçá da nossa própria terra, ante o total desinteresse pela leitura, em particular, de obras versando sobre a história de nossa cidade.

    A tal propósito, segundo pude colher, já há algum tempo, estatísticas nos demonstram que os jovens não leem mais do que dois livros por ano, via de consequência o espaço cultural absolutamente fora da atenção dos mesmos.

    É evidente que a indiferença pela leitura contribui, inegavelmente, para o surgimento uma série de fatores negativos, quais sejam a dificuldade de a pessoa ver-se incluída no mercado de trabalho, no desempenho profissional e até mesmo acadêmico, possibilitando, ainda, a marginalização do social para aqueles que assim procedem.

    ​Joaquim Saldanha Marinho, conhecido por Saldanha Marinho, nasceu no Rio de Janeiro em 4 de maio de 1816 tendo falecido em 27 de setembro de 1895, sepultado no Cemitério São João Batista. 

    ​Belíssima trajetória!

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