• Falta de vagas no Cemitério de Itaipava obriga familiares a ‘agendar’ sepultamentos na Posse

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  • 12/01/2020 09:46

    Durante pelo menos duas semanas, o cemitério de Itaipava ficou sem sepulturas para fazer os enterros. Sem vagas, os sepultamentos estavam sendo realizados em um pequeno cemitério na região conhecida como Garibu, no distrito da Posse. Por estar localizado em uma área isolada, o local não conta com telefone fixo e nem sinal de celular, com isso os enterros estão tendo que ser programados.

    “Eles têm que me avisar um dia antes, informando todos os sepultamentos ou então de manhã cedo, eu tenho telefone em casa e assim consigo saber quantas covas preciso abrir. Se chegarem aqui sem avisar não dá tempo de enterrar”, alertou o funcionário do cemitério do Garibu, Marcos Santos Capra, de 53 anos, que trabalha no local há 10 anos. Ele toma conta sozinho do espaço que existe há mais de 40 anos. Apesar de ser o único funcionário, o cemitério é organizado e limpo, além de ser bastante arborizado. “A gente faz o que pode para deixar bonito, né?!”, disse Marcos.

    Segundo ele, ainda há cerca de 15 campas para serem usadas. O funcionário disse ainda que, antes da falta de vagas no cemitério de Itaipava, ocorriam enterros a cada três meses. Agora, os sepultamentos estão sendo feitos toda semana. “O trabalho aumentou e por enquanto ainda temos espaço”, disse. Além dos cemitérios do Garibu e Itaipava, a cidade conta também com outros quatro: Centro, Secretário, Vale das Videiras e Brejal.

    Só no cemitério do Centro há cerca de oito mil sepulturas e quase três mil gavetas. Em Itaipava, são cerca de 500 e todos estão ocupados. Segundo os funcionários, é preciso fazer uma limpeza em uma área onde existem as covas rasas para que novas campas possam ser abertas. Os problemas nos cemitérios da cidade vem sendo denunciado há anos pela Tribuna. Além da falta de espaço, os locais também sofrem com a sujeira e furtos. No cemitério do Centro, por exemplo, várias sepulturas estão abandonadas e o mato toma conta.

    “A falta de cuidado pode causar acidentes a quem está lá visitando ou sepultando um familiar. Ao lado da sepultura da minha família tem uma campa que está toda rachada, onde já houve acidentes”, contou o chefe de produção Anderson Lopes, de 53 anos. Ele disse que vem denunciando a falta de manutenção desde novembro do ano passado, quando foram sepultar um parente. No entanto, até o momento nada foi feito. “Por pouco uma parente idosa não pisa na campa rachada. Venho denunciando e até agora nada. Esta semana voltei lá e a situação continua a mesma”, disse.

    Em nota, a Prefeitura informou que “desde 2017 já construiu 498 sepulturas ou gavetas nos maiores cemitérios da cidade (Centro e Itaipava) e a previsão é que outras 64 ficarão prontas em fevereiro”. O município disse ainda “que está elaborando o projeto de lei que regulamenta as concessões públicas e, tão logo seja aprovado e sancionado, o novo edital de licitação dos cemitérios será submetido novamente a aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

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