• Rodoviários da Turp seguem em paralisação; CPTrans tenta realizar Plano de Contingência com demais empresas do sistema

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  • 26/jun 19:11
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis I Foto: Wellington Daniel/Tribuna de Petrópolis

    Na noite desta quinta-feira (26), representantes da CPTrans e do Sindicato dos Rodoviários estiveram no Terminal Centro para dialogar com os rodoviários da Turp Transporte, na busca de uma solução para o fim da paralisação. Conforme foi apurado pela equipe da Tribuna, presente no local, há uma tentativa da CPTrans de recolher os veículos para a garagem da empresa, com o objetivo de não ocasionar tumulto no local e arredores, além de realizar um Plano de Contingência para que as demais empresas do sistema realizem o transporte dos passageiros. 

    Em nota, a Turp Transporte informou que todos os pagamentos referentes ao adiantamento salarial do mês de junho foram concluídos de forma integral, no fim da tarde desta quinta-feira (26). A empresa, disse ainda que havia iniciado os pagamentos na última segunda-feira (23), e que conta com a retomada da categoria aos seus postos de trabalho, principalmente, para transportar os passageiros de volta às suas casas (confira a nota completa na íntegra).

    Segundo o Sindicato dos Rodoviários, uma reunião presencial com o prefeito Hingo Hammes foi realizada na sede da Prefeitura. O encontro, de acordo com o sindicato, havia sido previamente agendado para tratar de pontos ligados à Convenção Coletiva de Trabalho 2025/2026 e de atrasos generalizados nos pagamentos por parte das empresas de transporte público de passageiros.

    Apesar disso, de acordo com o sindicato, com o início da paralisação dos trabalhadores da empresa, o tema da paralisação foi incluído na pauta da reunião com o governo municipal. Segundo o Sindicato, durante o encontro, o prefeito Hingo Hammes se comprometeu a realizar o pagamento do Vale Educação, que já foi efetivado. Consequentemente, a empresa informou à diretoria sindical que daria início, ainda hoje, à quitação dos valores devidos, referentes ao vale dos trabalhadores.

    O Sindicato reforçou ainda que apesar do avanço, os rodoviários afirmam que só retornarão às atividades após o pagamento integral do vale e dos valores em atraso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e mediante a um compromisso formal da empresa de que não haverá novos atrasos nos repasses de salários, adiantamentos, benefícios como o Vale Alimentação e demais direitos trabalhistas.

    Plano de Contingência

    O presidente da CPTrans, Luciano Moreira, explicou como deverá ser realizado o Plano de Contingência, para garantir a volta dos passageiros para casa. “A gente já está trabalhando junto de outras empresas para substituir as linhas em situações emergenciais. Então, em uma situação igual a essa, não se pode colocar a população refém do sistema. E nós, enquanto Prefeitura, temos a obrigação moral de garantir que outras empresas possam, ainda que precariamente, substituir as linhas que estão paralisadas. A gente já está com essa ação em andamento, e se por acaso a gente não conseguir nos próximos minutos resolver essa situação junto dos rodoviários, com o nosso apoio, a gente vai tomar essa medida com certeza”, explicou. 

    Ele reforça ainda que a paralisação está afetando as regiões de Itaipava, Corrêas e as demais linhas que atendem o primeiro distrito. 

    “A gente tem nesse momento uma paralisação não programada, especialmente da empresa Turp, afetando toda a área do distrito de Itaipava, de Corrêas, toda aquela região que ela presta serviço, inclusive agora a Quitandinha e outras linhas também. A gente entende a situação dos rodoviários, que têm continuamente recebido salários atrasados, a cesta básica também atrasando, então é um pleito legítimo. Entretanto, é necessário que essas paralisações aconteçam com antecedência, para que a população também não seja demasiado prejudicada e possa, inclusive, participar desse processo de sair dessa fase tão difícil que o sistema de transporte está passando”, complementou. 

    O presidente da Comissão de Transportes da Câmara, o vereador Thiago Damaceno, ressalta que a greve reforça uma possível incapacidade de atendimento da Turp. “A greve reforça o que já estamos percebendo: incapacidade de atendimento da Turp é discrepante na comparação com as outras empresas que operam o sistema. No ano passado, a crise no transporte levou à retirada das empresas Petro Ita e Cascatinha, e este é mais um sintoma da falência que estamos vivendo na política de mobilidade urbana do nosso município. É urgente que a cidade eleja a mobilidade urbana como prioridade para a política pública e que seja feito um debate franco e aberto sobre as soluções, priorizando o transporte coletivo com medidas até duras, impopulares, mas necessárias para corrigir o rumo. O tema é complexo e exige soluções complexas”, ressaltou o vereador. 

    Confira a nota da Turp Transporte na íntegra:

    “A Turp Transporte informa que todos os pagamentos referentes ao adiantamento salarial do mês de junho, foram concluídos de forma integral, no fim da tarde desta quinta-feira (26). A empresa, que havia iniciado os pagamentos na última segunda-feira (23), conta com a retomada da categoria aos seus postos de trabalho, principalmente, para transportar os passageiros de volta às suas casas.

    A Turp Transporte ressalta que não utiliza de atrasos como forma de pressão. A empresa entende e valoriza cada profissional que atua no setor, mas destaca que vem atravessando uma situação de grave desequilíbrio econômico e financeiro, o que dificulta e até impede que os pagamentos aconteçam integralmente nas datas programadas.

    O Setranspetro também destaca que a situação de desequilíbrio econômico e financeiro se estende para todo o sistema de transporte, que está há quase dois anos, sem qualquer reajuste ou readequação dos itens que estão sendo pagos, mesmo a legislação municipal, federal e contratos dando a garantia de que a tarifa de ônibus precisa ser discutida e ajustada anualmente.

    A planilha de custos praticada atualmente é a que foi apresentada em julho de 2023. Desde então, todos os insumos que compõem a estrutura de cálculo da tarifa sofreram aumentos significativos, como o preço do óleo diesel, que está muito abaixo do preço atual. Tudo isso, gera um enorme passivo e desequilíbrio, com consequências que comprometem toda a prestação do serviço.

    Diante disso, o Setranspetro destaca a necessidade do reajuste ou de novas fontes de custeio, como forma de garantir o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos e do setor de transporte, mantendo os custos operacionais imprescindíveis, como salários, benefícios, óleo diesel, peças e outros itens de rodagem.”

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