• Alta em NY e do minério é incapaz de animar Ibovespa, em meio a riscos com guerra e locais

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  • 23/jun 11:50
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O Ibovespa cai apesar da alta das bolsas norte-americanas, enquanto investidores monitoram os desdobramentos do conflito no Oriente Médio após a entrada dos EUA na guerra, no sábado.

    Após subir para US$ 80 o barril ontem, o petróleo tipo Brent – referência para a Petrobrás – opera com volatilidade. Após avançar mais cedo, cedia 1,00% por volta das 11 horas, pesando nos papéis da Petrobras enquanto os demais do setor avançavam. Nem mesmo empolga a elevação de 0,50% do minério de ferro hoje em Dalian, na China. Só Vale subia, mas era de forma moderada (0,10%). Além disso, ações mais sensíveis ao ciclo econômico são destaque de baixa na B3 assim como de grandes bancos.

    As incertezas quanto ao rumo da guerra no Oriente Médio dão espaço para volatilidade. O risco de retaliação iraniana, especialmente com o possível fechamento do estratégico do Estreito de Ormuz, por onde escoa cerca de 20% do petróleo mundial, mantém o mercado em alerta após os EUA entrarem de vez na guerra no sábado. Naquele dia, os EUA atacaram as principais instalações nucleares iranianas. Além disso, a semana conta com uma agenda importante, com falas de dirigentes de bancos centrais europeus e dos EUA, além da divulgação de PMIs. Nos EUA, os destaques são o PIB e dado de inflação PCE.

    No Brasil, as atenções se concentram principalmente na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã e no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de junho, na quinta-feira. Ainda sairão dados do mercado de trabalho, fiscais e do setor externo.

    “Após a elevação da Selic para 15% ao ano na semana passada, os investidores permanecem atentos à ata da última reunião de política monetária, que será divulgada amanhã, e ao relatório trimestral de inflação, que traz mais detalhes sobre as estimativas do Banco Central”, destaca Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.

    Quanto aos conflitos no Oriente Médio, se o petróleo adotar tendência de alta, tende a pressionar a Petrobras para elevar os preços dos seus combustíveis, o que acarretaria mais inflação e dificultaria um início de queda dos juros no Brasil, segundo analistas.

    “Ainda persistem muitas incertezas, como a possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz – uma região crucial para o comércio global de petróleo. Caso isso ocorra, os preços da commodity podem subir ainda mais, elevando os riscos de uma inflação global maior. E esse é um tema que os investidores devem acompanhar de perto”, acrescenta Bruna Sene, da Rico.

    Na semana passada, o Copom elevou a Selic de 14,75% para 15% ao ano, sugerindo que este nível deve ficar por um período prolongado, em meio a elevadas incertezas. No boletim Focus de hoje as expectativas para o juro básico continuaram em 15% (2025) e em 12,50% (2026).

    Já para a inflação, houve arrefecimento. A mediana para o IPCA suavizado nos próximos 12 meses passou de 4,72% para 4,69%. Contudo, ainda segue acima do teto da meta de 4,50%. Para 2025, a estimativa cedeu 0,01 ponto porcentual, para 5,24%.

    Na sexta-feira, o Índice Bovespa fechou em baixa de 1,15%, aos 137.1155,83 pontos. “As movimentações na sexta-feira foram de proteção. Vimos a Bolsa cair, o dólar disparar não somente contra o real, mas no mundo todo”, pontua Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos. O dólar fechou em alta de 0,44%, cotado a R$ 5,5249, após atingir a máxima de R$ 5,5274.

    Às 11h24, o Ibovespa cedia 0,40%, aos 139.660 pontos, ante recuo de 0,62%, na mínima aos 136.269,13 pontos, após abertura em 137.115,66 pontos, perto da máxima de 137130,13 pontos. Vale avançava 0,08% e Petrobras PN, 0,40%, enquanto ON cedia 0,19%. Entre os grandes bancos, o recuo superava 1% em sua maioria. Vamos e Usiminas lideravam o grupo das quedas, com 2,68% e 2,05%, respectivamente. Já Marfrig, com 3,225, o das altas.

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