Ancelotti ‘vira a chave’ do Brasil do ataque para a defesa em estreia contra o Equador
O Brasil começou esta Data Fifa com a pior defesa entre as seis primeiras equipes das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026. Eram 16 gols sofridos. O recorte leva em conta os times em posição de classificação ao Mundial. Por outro lado, no mesmo G-6, somente a Argentina tem melhor ataque que o Brasil (27 gols contra 20).
O que se viu na partida da seleção contra o Equador, porém, foi uma virada de chave em relação a essas estatísticas. A estreia de Carlo Ancelotti teve uma postura defensiva eficiente, diante de um ataque que pouco criou em Guayaquil.
A partida terminou com o Brasil tendo apenas dois chutes em direção ao gol do Equador. Já os equatorianos finalizaram na meta brasileira só uma vez a mais, enquanto tiveram maior posse de bola (53% a 47%).
Em relação ao time que Dorival Júnior escalou no seu último jogo (a goleada por 4 a 1 para a Argentina), Ancelotti fez diferentes mudanças. Uma delas, em questão de tática, ganha destaque: a entrada de Casemiro.
Homem de confiança do técnico italiano desde os tempos de Real Madrid, o volante comemorou o retorno ao time. Ele atuou principalmente na área em frente à dupla de zagueiros e elogiou o desempenho defensivo da equipe. “Pouco a pouco, vamos crescendo. Tivemos um sistema defensivo muito forte, sólido. Apesar de eles terem mais a posse de bola, estivemos muito sólidos atrás. Poucas oportunidades para eles”, avaliou.
A análise também foi feita por Ancelotti. “A nível defensivo, foi uma ótima partida. A equipe teve uma boa atitude, fez uma boa pressão ofensiva, praticamente não concedeu oportunidade para o Equador”, disse, na entrevista coletiva após o jogo.
O italiano, porém, reconhece que, do meio para frente, há o que evoluir. “O que poderia ter sido melhor é o controle da bola, mais fluído. Ao final, foi um bom empate, saímos satisfeitos e com confiança para o próximo jogo”, concluiu.
Para o duelo contra o Paraguai, o Brasil terá o retorno de Raphinha, que cumpria suspensão contra o Equador. Se quiser manter uma formação semelhante ao time da estreia, Ancelotti deverá sacar Estêvão para dar lugar ao atacante do Barcelona.
Uma mudança no meio-campo, com saída de Bruno Guimarães ou Gerson, deixaria o time mias parecido com a última equipe de Dorival, com quatro jogadores de frente e apenas dois na intermediária.
Outro que voltou à seleção na convocação de Ancelotti foi Richarlison. A partida do jogador do Tottenham, contudo, foi criticada. Ele começou como titular e jogou 71 minutos.
Foram apenas três chutes, sendo dois em direção ao gol. Um deles foi a melhor chance que o Brasil teve na partida, com lançamento de Estêvão e jogada individual de Vinícius Júnior, passando para o camisa 9 dentro da área. A finalização saiu fraca e ficou nas mãos do goleiro Gonzalo Valle com facilidade.
Richarlison saiu para a entrada de Matheus Cunha. Apesar da substituição, Ancelotti pondera que uma troca entre os dois no time titular significaria também mudar a característica da equipe. “São dois jogadores diferentes. Com o Matheus podemos trabalhar melhor a bola, com o Richarlison temos mais profundidade. Como eu disse, o trabalho de frente foi mais complicado porque as bolas não jogaram”, disse.
O Brasil receberá o Paraguai, na próxima terça-feira, na Neo Química Arena, em São Paulo, às 21h45 (de Brasília). Os paraguaios venceram o Uruguai e encaminharam a vaga para a Copa do Mundo, chegando a 24 pontos.