• Executivo da Cervejaria Petrópolis sai da cadeia depois de pagar R$ 40 milhões de fiança

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  • 13/12/2019 15:15

    O executivo do Grupo Cervejaria Petrópolis Walter Faria conseguiu habeas corpus determinando a substituição da prisão preventiva por fiança, no valor de R$ 40 milhões. A decisão foi publicada ontem e é da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. Ele foi preso em agosto durante a 62ª fase da Operação Lava Jato, que investiga o desvio de dinheiro público em contratos da Petrobras com a Odebrecht.

    Além da fiança, o empresário está proibido de deixar o país sem autorização judicial e de se comunicar com os demais investigados no processo. Ele também vai usar tornozeleira eletrônica e deverá comparecer em juízo quando convocado. A decisão estipula ainda que outras medidas alternativas sejam fixadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, na qual Walter Faria foi condenado em primeira instância.

    De acordo com as investigações do Ministério Público Federal (MPF), o Grupo Cervejaria Petrópolis faz parte de um grande esquema de lavagem de dinheiro e corrupção no Brasil e no exterior. Segundo o MPF, foram movimentados por eles mais de R$ 340 milhões em lavagem de dinheiro nos últimos anos. 

    As investigações apontaram que Walter Faria usou uma conta na Suíça para intermediar o repasse de mais de US$ 3 milhões de propina relacionadas aos contratos dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000. As provas colhidas na investigação, revelaram que o executivo, em troca de dólares recebidos no exterior e de investimentos realizados em suas empresas, atuou para gerar recursos em espécie para entrega a agentes no Brasil e entregar propina travestida de doação eleitoral de interesse da Odebrecht; e transferir, no exterior, valores ilícitos recebidos em suas contas para agentes públicos beneficiados pelo esquema de corrupção dentro da Petrobras. O dinheiro, segundo os procuradores, chegava até em carro forte.

    Ainda de acordo com o MPF, o grupo Petrópolis disponibilizou pelo menos R$ 208 milhões em espécie à Odebrecht no Brasil, de junho de 2007 a fevereiro de 2011. Além disso, as empresas Praiamar e Leyroz Caxias foram utilizadas pela Odebrecht para realizar, entre 2008 e 2014, pagamentos de propina travestidas de doações eleitorais, no montante de R$ 121.581.164,36.

    Além do presidente do grupo também tiveram a prisão decretada: Maria Elena de Souza, Naede de Almeida, Silvio Antunes Pelegrini, Cléber da Silva Faria e Vanue Antonio da Silva Faria. 

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