• Ônibus da Turp perde roda em Petrópolis; viação liderou falhas mecânicas em março

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  • Turp deixou de cumprir 263 viagens por falha mecânica no mês

    13/maio 08:17
    Por Wellington Daniel | Foto: Reprodução/Redes Sociais

    *Atualizado às 13h47 para inclusão do posicionamento do Setranspetro

    Um ônibus da Turp que fazia a linha 711 – Posse perdeu uma das rodas traseiras na manhã do último domingo (11), na Estrada União e Indústria, na altura de Barra Mansa. Apesar do susto, ninguém ficou ferido. O veículo envolvido no acidente foi fabricado em 2012, o que ultrapassa o limite de uso estipulado por resolução da CPTrans, que é de 11 anos para coletivos convencionais.

    Além disso, falhas mecânicas têm interrompido outras viagens da Turp. Na última semana, a CPTrans divulgou os dados de março do Relatório Mensal Operacional (RMO). Segundo o documento, a viação deixou de realizar 263 viagens no período por falha mecânica, o que representa 78,27% do total de problemas registrados no sistema de transporte público, com 336 viagens impactadas no total.

    Os números também mostram aumento em relação aos meses anteriores. Em janeiro, a Turp deixou de realizar 141 viagens por falha mecânica; em fevereiro, foram 216. Assim, os registros de março representam aumento de 86,52% em relação a janeiro e de 21,76% em relação a fevereiro.

    Falhas mecânicas por linhas

    O relatório também indica que 8,5 viagens da linha 711 não foram cumpridas por falha mecânica. Mesmo com este número, a linha está longe do “top 3” da empresa. No topo está a linha 700, com 34,5 viagens não realizadas por problemas mecânicos. Em seguida, vêm as linhas 636 – Alto Comunidade do Alemão, com 29, e 637 – Atílio Marotti, com 21.

    A Cidade das Hortênsias anotou um total de 48 viagens impactadas por falha mecânica, mantendo os números de fevereiro. Nesta empresa, a linha com mais problemas foi a 326 – Boa Vista, com sete viagens não realizadas. Depois vêm a 340 – Terminal Itamarati, com 5,5, e a 302 – Floresta, com 4,5.

    A Cidade Real foi a empresa com o menor número de falhas mecânicas em março: 25. Ainda assim, houve um leve aumento em comparação a fevereiro, quando foram 20. No “top 3” da empresa estão as linhas 100 – Rodoviária, 110 – Duarte da Silveira e 135 – Elisa Mussel, cada uma com três viagens impactadas.

    Multas aplicadas

    As empresas também receberam 314 multas em março. A Cidade das Hortênsias, por exemplo, teve 11 autuações por não acatar determinações da fiscalização. Já a Cidade Real foi autuada por não permitir ou dificultar o trabalho da fiscalização.

    A maior parte das multas, no entanto, foi aplicada à Turp, principalmente por não manter os veículos em adequado estado de funcionamento e por deixar de realizar viagens determinadas. Apesar disso, todas as três empresas foram multadas por não manterem os veículos em boas condições.

    RMO atrasado

    A lei que estipulou a publicação do RMO, de autoria da vereadora Júlia Casamasso (PSOL) e sancionada pelo prefeito Hingo Hammes (PP), determina que os dados devem ser divulgados até o décimo dia útil de cada mês. Com isso, o relatório de março foi publicado com atraso, já próximo ao prazo para divulgação dos dados de abril.

    A Prefeitura justificou o atraso dizendo que há necessidade de readequação da lei, especialmente em relação aos prazos. O governo pretende levar a discussão à Câmara de Vereadores.

    O que dizem a CPTrans e o Setranspetro

    A CPTrans disse que vem acompanhando de perto o desempenho das empresas concessionárias do transporte público em Petrópolis. Fiscalizando e cobrando a melhora na prestação do serviço à população. Quanto à Turp, a companhia informou que a situação da empresa vem sendo acompanhada de perto e a empresa já se comprometeu a rever processos e reduzir os índices de quebras, que impactam no cumprimento das viagens. “Cabe ressaltar porém, que falhas mecânicas que impediram a realização de viagens, por parte da empresa, representam 0,6% do total de viagens realizadas no sistema”, diz a nota.

    Também disse que monitora o desempenho das demais empresas e autua e multa as infrações cometidas.

    Quanto ao incidente com o ônibus da linha 711, a companhia informou que já cobrou um laudo técnico da empresa sobre o problema apresentado pelo veículo. Esse mesmo ônibus, segundo a nota, tinha passado por vistoria no dia 17 de abril e apresentado problemas elétricos, que foram corrigidos e o veículo reavaliado no dia 20 de abril, sem apresentar qualquer outro problema técnico.

    A Turp informou que o coletivo envolvido no incidente foi substituído imediatamente. Segundo a viação, a equipe mecânica esteve no local e o coletivo direcionado para a garagem, sem a necessidade de ser rebocado. A empresa disse ainda que as causas serão apuradas e o motorista ouvido.

    Em relação às falhas mecânicas, o Setranspetro não respondeu diretamente ao pedido de resposta da reportagem. Apenas replicou um material divulgado à imprensa em que destaca a quantidade de viagens cumpridas, que foi de 98,52% em todo o sistema. Informou ainda que os descumprimentos são, em sua maioria, por motivos relacionados a trânsito, interrupções viárias por obras e problemas climáticos.

    O Setranspetro também destacou que o sistema tem o total compromisso com a transparência e o cumprimento das leis, regulamentações e normas. No entanto, não explicou o motivo do coletivo estar operando com o prazo vencido e o descumprimento de uma lei municipal que determina a afixação do tempo de uso na traseira dos coletivos.

    Quanto as falhas da Turp, o material argumenta que a empresa possui linhas extensas, o que dificultaria também a chegada das equipes mecânicas. Destacou que a topografia da região de atendimento e problemas viários impactam nas falhas mecânicas e disse que a viação investiu R$ 46,7 milhões na compra de ônibus novos entre 2021 e 2024.

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