• Crazy Park: MPRJ ingressa com nova ação para pedir antecipação de perícia

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  • 10/maio 08:20
    Por Wellington Daniel | Foto: Reprodução/Redes Sociais

    O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ingressou com uma nova ação na Justiça para apurar o acidente no Crazy Park, que causou a morte do jovem João Victor Souza Trindade da Silva, de 19 anos, no Parque Municipal Prefeito Paulo Rattes, em Itaipava. A 2ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis pede a antecipação da perícia, para esclarecer as causas do acidente e apontar possíveis responsabilidades. O pedido foi protocolado na quinta-feira (08).

    A reportagem teve acesso ao termo de autorização de uso de imóvel, assinado entre o Crazy Park e o município. O documento ainda não estava disponível no Portal da Transparência da Prefeitura até a tarde de sexta-feira (09). O acidente completa uma semana neste sábado (10). Além da morte do jovem, outras duas pessoas ficaram feridas. O local segue interditado pela Polícia Civil e pelo Corpo de Bombeiros.

    Segundo o termo de autorização obtido, o Crazy Park pagou R$ 5 mil à Prefeitura para usar o Parque de Itaipava. O acordo foi assinado no dia 14 de abril, com validade até o dia 3 de julho. Foi acordado, ainda, que a empresa se responsabilizaria com qualquer tipo de indenização por danos eventualmente causados a terceiros. Após o acidente, o município cassou o alvará do Crazy Park.

    Na nova ação, o MPRJ relata que, na manhã de quinta-feira, às 6h20, a Guarda Civil identificou dois homens no Parque de Exposições. Um deles seria o engenheiro responsável pela Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) da montagem das atrações. A presença no local foi registrada na 106ª Delegacia de Polícia (DP), que investiga o caso.

    “Além disso, os equipamentos estão montados a céu aberto, sujeitos às intempéries, ao acúmulo de poeira e a outros fatores que podem interferir na realização da perícia, também vindo a afetar o resultado dessa”, afirmou na petição a promotora Vanessa Katz.

    O MPRJ solicita que a perícia técnica avalie diversos aspectos das condições de funcionamento do parque, como estado das instalações elétricas, sinalização de restrições de uso (como altura mínima e faixa etária), equipamentos de segurança, realização de testes e treinamentos dos operadores. Um relatório anterior do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP/MPRJ) já havia apontado rachaduras, ferrugem e falhas estruturais nos brinquedos.

    Em outro processo, o Ministério Público já havia pedido a suspensão das atividades do Crazy Park em Petrópolis e em qualquer outro local até o julgamento final. Também foi solicitada à Justiça a proibição da desmontagem dos equipamentos sem autorização judicial, além da indisponibilidade dos bens da empresa e de seu sócio, para garantir eventuais indenizações. Ambos os pedidos ainda aguardavam decisão até a última atualização.

    A assessoria jurídica do Crazy Park informou que foi solicitado ao engenheiro que viesse à Petrópolis por um pedido de desmontado, mas disse que o profissional não chegou a entrar. O segundo homem, de acordo com a empresa, estaria morando no parque para cuidar dos equipamentos.

    A empresa afirmou que o horário de chegada dos dois homens ao parque se deu em razão do horário em que o engenheiro chegou à cidade. O segundo teria apenas ido buscá-lo na rodoviária.

    “Ele é o engenheiro responsável pela montagem e operação, agora, fez a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) da desmontagem também. Só aguardando autorização judicial e a desinterdição para a desmontagem. Sem isso, não mexemos em um parafuso ali”, informou o advogado do Crazy Park, Giuliano Vettori.

    A Prefeitura de Petrópolis não respondeu até a última atualização.

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