• Picchetti: Podemos ter perdido algum poder de política monetária, como presidente vem dizendo

  • 24/abr 17:41
    Por Cícero Cotrim e Amanda Pupo / Estadão

    O diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, disse nesta quinta-feira, 24, que o Brasil criou brechas na transmissão da política monetária. Ele observou que países com histórico de inflação prolongada costumam ter canais de transmissão mais obstruídos.

    “O que temos aprendido é que existe uma perda de poder na política monetária. E o trabalho do BC pode ter se tornado mais difícil”, disse Picchetti, ponderando que a autoridade monetária está fazendo seu trabalho para administrar a situação.

    Ele fez referência a declarações do presidente do BC, Gabriel Galípolo, nesse sentido. Em falas públicas recentes, Galípolo tem defendido a importância de desobstruir os canais de transmissão da política monetária, de forma a aumentar a potência dos juros.

    Picchetti também ponderou que sinais de desaceleração, ainda que incipientes, têm aparecido, podendo indicar que política monetária está fazendo o trabalho necessário. Na visão do diretor, não há dúvidas de que a Selic está num grau muito restrito, embora não se saiba se o nível é suficiente o bastante.

    O diretor ainda afirmou que é preciso observar as defasagens da política monetária, que podem aparecer nas expectativas dos agentes. “A inflação corrente afeta muito as expectativas. Mas precisamos de tempo para ver tudo isso se concretizando”, disse.

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