• Mancha Verde é rebaixada no carnaval de SP; veja resultados das escolas ligadas a organizadas

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  • 04/mar 19:18
    Por Ricardo Magatti / Estadão

    A Mancha Verde, escola de samba ligada à torcida homônima, a maior entre as organizadas do Palmeiras, foi rebaixada no carnaval de São Paulo e desfilará no grupo de acesso I em 2026. A escola terminou em 14º e último lugar, com 268,9. Acadêmicos do Tucuruvi foi a outra agremiação rebaixada.

    É a terceira vez que a Mancha Verde cai do grupo especial para o de acesso. Os outros rebaixamentos foram em 2013 e 2015. A escola, originada da principal organizada do Palmeiras, nasceu em 1995 e tem dois títulos, ambos recentes, em 2019 e 2022, ano em que as lideranças romperam com a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, que patrocinou o desfile da agremiação durante sete anos.

    Neste ano, a escola perdeu muitos pontos dos jurados em três quesitos em especial: Enredo, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Evolução.

    A Mancha Verde desfilou no sábado e foi a quarta e entrar no Sambódromo. O enredo escolhido pela bicampeã do carnaval foi “Bahia, da Fé ao Profano”, com a proposta de demonstrar como as festas religiosas, tanto católicas como de matrizes africanas, se misturam com a profanidade da Bahia. A escola foi recebida com muita festa nas arquibancadas, que tremularam bandeiras e soltaram fogos.

    No carro abre-alas, o maior apresentado pela escola, destaque para os peixes suntuosos na lateral da alegoria (os peixes de água doce de oxum), a representação de Iemanjá na parte traseira do carro, como a maior e mais alta escultura da peça, além dos telões com imagens do fundo do mar. A alegoria soltava bolhas para a plateia. A proposta da Mancha Verde foi trazer para a avenida a devoção à Iemanjá, celebrada em festas que se misturam com a fé.

    Com duas cabeças de Exu, se unindo e formando um arco com uma boca em cada extremidade, a segunda alegoria da agremiação apresentou os mercados e variedade culinária da Bahia. Peixes, ervas e bebidas eram vendidas em barracas que simulavam a fachada do Mercado Modelo, um dos mais tradicionais de Salvador.

    Na ala das baianas, a representação de Oxum – orixá da beleza e fertilidade – teve como vestimenta saias azuis com uma simulação de peixe na cintura. A escola também levou, em uma das alas, São Bartolomeu, padroeiro ligado à produção e à garantia do pão, alimento considerado sagrado para a religião católica.

    A escola estreou no carnaval paulistano como uma ala dentro da Águia de Ouro, em 1988, por iniciativa de um dos fundadores da torcida Mancha Verde Cléo Sostenes, que morreu meses após o desfile e antes de realizar o sonho de implantação da agremiação.

    Em outubro de 1995, foi criado o Grêmio Recreativo Bloco Carnavalesco Mancha Verde. Em 2000, passou a desfilar como escola de samba e, cinco anos depois, entrou no grupo especial. Além dos títulos de 2019 e 2022, também teve três quartos lugares (2010, 2011 e 2012), um terceiro em (2018) e um vice-campeonato, em 2020.

    GAVIÕES DA FIEL E DRAGÕES DA REAL

    Gaviões da Fiel e Dragões da Real, as outras duas escolas associadas a torcidas organizadas, do Corinthians e do São Paulo, respectivamente, tiveram bom desempenho. A Gaviões disputou o título até o fim e terminou no terceiro lugar, com 269,7. A Dragões foi a sexta, com 269,6.

    A Gaviões é a escola de samba mais antiga e a maior campeã do carnaval de São Paulo entre as escolas ligadas a torcidas organizadas. Ganhou quatro vezes, em 1995, 1999, 2002 e 2003. A Dragões da Real surgiu em 2000, desfila no grupo especial desde 2012 e ainda não tem nenhum título.

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