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*Atualizado às 14h45 após o Colégio emitir errata com correção da data em que tomou conhecimento dos fatos e às 18h41 com o posicionamento da Comissão de Educação da Câmara Municipal
A 105ª Delegacia de Polícia, no Retiro, investiga um caso de bullying com incitação à automutilação entre alunos do 8º ano do Ensino Fundamental do Colégio Ipiranga, em Petrópolis. A unidade de ensino também realizou, nesta semana, uma reunião com os responsáveis do estudante apontado como agressor, após ter conhecimento do caso.
Em uma mensagem em um grupo de WhatsApp com alunos da turma e que não é gerenciado pelo colégio, o agressor diz que o estudante deve “engolir uma lâmina de três pontas”, se não iria fazer “doxxing” com ele, como é conhecida a prática de divulgação de dados privados. Segundo o jornal O Globo, informações privadas da família chegaram a ser expostas em outro grupo de mensagens.
De acordo com a Polícia Civil, o estudante não chegou a se mutilar, nem mesmo tentou. Porém, há evidências que o bullying teria acontecido. Agora, a 105ª DP segue com a apuração dos fatos, que, posteriormente, será encaminhada à Vara da Infância e da Juventude.
Em nota, o Colégio Ipiranga afirmou que tomou conhecimento dos fatos no último dia 20, através do responsável pela vítima. Diz também que, até aquela data, não tinha conhecimento de quaisquer ameaças ou mesmo implicâncias por parte de qualquer aluno a este (veja a íntegra ao final da matéria).
Além da reunião com os responsáveis, o colégio também conversou separadamente com os alunos envolvidos. Foi alertado, ainda, com professores e auxiliares de disciplina sobre a necessidade de reforçar a atenção em relação à essa ação.
Comissão de Educação da Câmara também se manifesta
A Comissão de Educação, Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal informou que está abrindo canal de contato com a sociedade sobre a violência nas escolas e irá avaliar a atualização da lei municipal 6858/2011, que estabelece as medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar na rede municipal de ensino. As medidas foram anunciadas pela presidente da Comissão, vereadora Professora Lívia Miranda; e pelo vereador Thiago Damaceno, que também integra a comissão, nesta quinta-feira (27).
Lívia e Damaceno se reuniram para debater o assunto após divulgação do caso.
A legislação sobre o combate ao bullying está vigente e estabelece que as escolas públicas do município devem incluir em seu projeto pedagógico medidas de conscientização, prevenção e combate ao constrangimento, capacitando docentes e equipe pedagógica para estas ações, além de orientar as crianças envolvidas nestas práticas, visando recuperar a autoestima, o desenvolvimento humano e a convivência harmônica no ambiente escolar.
A presidente da Comissão, vereadora Lívia Miranda, abriu canal de contato através de WhatsApp, por meio do número (24) 9-9211-7520, e destacou a necessidade de toda a sociedade estar unida para debater o tema.
Leia a nota do Colégio Ipiranga na íntegra:
“O Colégio Ipiranga repudia as afirmações errôneas que associam a instituição educacional a esta denúncia de cyberbullying, que será apurada pelo órgão competente.
Esclarecemos que as ameaças se deram através do WhatsApp, em um subgrupo dos alunos da turma em que estão inseridos ambos os alunos e que não é gerenciado pelo Colégio Ipiranga. Informamos que tomamos conhecimento do fato em questão através do responsável pelo aluno vítima do cyberbullying, no dia 20 de fevereiro de 2025. Até esta data, nunca havíamos tido conhecimento de quaisquer ameaças ou mesmo implicâncias por parte de qualquer aluno em relação a este. Em seguida, na mesma data, enviamos uma solicitação aos pais do aluno indicado como agressor, para uma reunião no Colégio, que ocorreu no dia 24 de fevereiro de 2025. Nesta reunião, comunicamos todo o acontecido aos responsáveis pelo aluno que praticou o bullying.
Conversamos separadamente com ambos os alunos a respeito da gravidade da situação e alertamos os professores e auxiliares de disciplina para a necessidade de reforçarmos a atenção em relação à essa ação condenável.
O Colégio Ipiranga atua em Petrópolis há 58 anos, crescimento pautado em valores morais e éticos que não condizem com ações como esta. Entre nossas prioridades do Regimento Interno está o respeito aos professores e colegas. Lamentamos profundamente o ocorrido e nos comprometemos a reforçar nossas ações educativas a respeito do tema. Salientamos, ainda, que há anos não é permitido o uso de celulares durante o horário das aulas. Sem mais para o momento, nos colocamos à disposição para qualquer outro esclarecimento.”
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