Moedas Globais: dólar recua em sessão sem catalisador evidente antes do CPI nos EUA
O dólar recua nesta terça-feira, 11, frente à maioria das moedas, acentuando as perdas no fim da tarde no exterior. Os motivos exatos da perda de força da moeda americana eram desencontrados, mas coincidiram com a circulação de relatos de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou estar aberto a conduzir troca de território com a Rússia como parte de negociação para acabar com o conflito. A dinâmica precedia ainda divulgação do índice de inflação ao consumidor de janeiro nesta quarta-feira após o mercado assimilar fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterando que o BC não tem pressa para reduzir a taxa de juros no curto prazo.
O índice DXY, que mede o dólar ante rivais, caía 0,33%, a 107,963 pontos, após mínima de 107,782 pontos. Às 17h50 (de Brasília), o euro subia a US$ 1,0370 e a libra avançava a US$ 1,2449. Na contramão, o dólar seguia firme ante a moeda japonesa, cotado a 152,57 ienes.
Zelensky teria afirmado que a Ucrânia se preparou para oferecer troca de território com a Rússia, segundo a AFP. A informação acabou coincidindo com a ampliação da desvalorização do dólar, após a moeda ter subido na véspera com expectativa do anúncio oficial das tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio para os Estados Unidos. Prometida pelo presidente americano, Donald Trump, a medida foi confirmada após o fechamento da Bolsa de NY na segunda-feira.
Em relação ao CPI amanhã, analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast estimam que o índice subiu 0,3% em janeiro na comparação com dezembro. Caso se confirme, o resultado marcará uma desaceleração ante a variação de 0,4% do mês anterior. Na taxa anual, a previsão mediana é de alta de 2,9% no período, ainda acima da meta perseguida pelo Fed.
A divulgação não deverá alterar a trajetória do política monetária no curto prazo, observou o economista do Santander para os EUA, Stephen Stanley. Autoridades do Fed sugeriram que o Fed precisará ver três coisas antes de considerar a retomada dos cortes nas taxas de juros: o esfriamento no mercado de trabalho, uma moderação na inflação subjacente e alguma clareza nas perspectivas da política governamental. “Os números de amanhã poderiam preparar o terreno para o progresso no segundo item, mas independentemente do que aconteça no curto prazo, parece que o FOMC provavelmente ficará parado por vários meses”, disse.