• Ibovespa cai 1,27%, aos 124,6 mil, e recua 1,20% na semana

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  • 07/fev 18:55
    Por Luís Eduardo Leal / Estadão

    Após ter subido perto de 5% em janeiro, o Ibovespa encerrou a primeira semana de fevereiro acumulando perda de 1,20%, definida nesta última sessão do intervalo, quando cedeu 1,27%, aos 124.619,40 pontos, com giro a R$ 21,1 bilhões. Na mínima do dia, operou aos 124.319,63 pontos, saindo de abertura aos 126.218,71 – na máxima, foi a 126.524,48 pontos. No ano, tem ganho de 3,60%. A perda semanal foi o primeiro revés do ano, vindo o Ibovespa de ganhos nas quatro anteriores.

    Em Nova York, os principais índices de ações mostraram retrações entre 0,95% (S&P 500) e 1,36% (Nasdaq) nesta sexta-feira, em dia de avanço do dólar e, também, para os rendimentos dos Treasuries e da curva de juros doméstica. À tarde, a cautela foi reforçada por relato da agência de notícias Reuters de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja anunciar novas tarifas recíprocas ainda nesta sexta-feira, conforme teria dito a parlamentares republicanos, segundo duas fontes ouvidas na reportagem.

    Mais cedo, pela manhã, o destaque havia sido nova leitura oficial sobre o mercado de trabalho dos EUA em janeiro, com criação de vagas abaixo do esperado. Na avaliação da Pantheon, contudo, não há perspectiva de “deterioração” da situação do emprego no país. Dessa forma, a consultoria mantém a expectativa para cortes na taxa de juros do Federal Reserve em junho, setembro e dezembro, em redução de 75 pontos-base neste ano – eliminando assim uma das reduções, de 25 pontos-base, que havia também previsto para o calendário.

    “Os números do payroll, embora um pouco abaixo das expectativas do mercado, trazem alguns dados que ainda mostram resiliência da economia americana”, diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas. “Dados de meses passados foram revisados para cima na geração de vagas e a taxa de desemprego caiu em relação ao mês anterior, além de os salários terem vindo um pouco mais pressionados. De qualquer forma, leitura vai na linha de um Fed mais cauteloso no atual estágio de condução da política monetária, em semana ainda marcada por ruídos em torno da política comercial americana – o que traz volatilidade para os mercados globais.”

    Bruna Centeno, economista e advisor da Blue3 Investimentos, diz que a sessão foi como o inverso do dia anterior. “O payroll foi realmente o que movimentou, sendo o principal vetor para a correção vista na Bolsa, com dólar em alta assim como na curva de juros, seja nos vencimentos intermediários ou nos longos.” Ao explicar o ajuste negativo das bolsas de Nova York e o avanço dos rendimentos dos Treasuries, Bruna acrescenta que “os dados de emprego vieram um tanto mistos, o que dificulta um pouco a leitura com relação à perspectiva para os juros americanos, com índices que também têm trazido aumento das expectativas de inflação por lá”.

    Assim, em paralelo ao dólar na máxima do dia, de volta à casa de R$ 5,80, o Ibovespa aprofundou perdas no meio da tarde, em queda de 1,51% na mínima do dia. Entre os grandes bancos, segmento de maior peso no índice, o ajuste negativo chegou a 3,93% em Bradesco PN, instituição financeira que divulgou balanço trimestral antes da abertura desta sexta-feira. Os carros-chefes Petrobras e Vale mostraram perdas mais contidas no fechamento, com a ON e a PN da estatal em baixa de 0,68% e 0,57%, pela ordem, e a ON da mineradora, de 0,54%.

    Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque na sessão para Totvs (+2,69%), Hapvida (+2,64%) e Fleury (+1,83%). No lado oposto, Automob (-7,41%), Cosan (-6,14%) e Localiza (-6,11%).

    O quadro das expectativas para o desempenho das ações no curtíssimo prazo ficou menos otimista no Termômetro Broadcast Bolsa desta semana. A previsão de alta do índice, que foi majoritária na semana passada, perdeu espaço para expectativas de queda no principal indicador da B3. Entre os participantes, 25,0% esperam que o Ibovespa avance, enquanto as fatias que esperam estabilidade e baixa são de 37,5% cada. Na edição anterior, a expectativa de ganhos tinha 50,0% do universo; a de variação neutra, 37,5%; e de queda, 12,5%.

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