Profissionais que atuam no mercado imobiliário de Petrópolis estão com expectativa de que o setor se manterá aquecido em 2025. Apesar dos problemas econômicos no país, o mercado imobiliário de Petrópolis deve sair na frente pela segurança, principalmente em um período de alta na violência no município do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, que gera boas expectativas entre os profissionais. A consultora imobiliária Irene Medeiros, porém, tem uma opinião mais conservadora, por considerar os desafios no cenário econômico.
Medeiros e o corretor de imóveis Juan Cabral também apontam para uma vantagem para o aluguel na procura por casas e apartamentos. Um dos principais motivos é a mudança na política de financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal. A alta dos juros também teve impacto para a compra e venda.
“Em novembro de 2024, a Caixa alterou suas políticas de financiamento, aumentando o valor mínimo de entrada para 30% do valor do imóvel no sistema de amortização (SAC) e para 50% na tabela Price, assim como aumento da taxa de juros da modalidade SBPE. Além disso, outra mudança, é que o comprometimento da renda, anteriormente de 30%, foi reduzido para 25% sobre a renda familiar bruta. Essas mudanças tornaram o financiamento imobiliário menos acessível para muitos compradores que não tem o valor todo de entrada, resultando em uma demanda para o mercado de locação”, explicou a consultora imobiliária.
A oferta de casas e apartamentos para alugar também supera a de venda. Segundo os profissionais, o principal motivo é a rotatividade.
“A oferta é maior no aluguel, por conta da alta rotatividade que existe na locação. A população está sempre em busca de um imóvel para alugar, seja por preferência, pelo encerramento de contrato ou por buscar um novo lar”, esclareceu o corretor.
Variações do IGP-M
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também costuma ser pauta constante do mercado imobiliário. O índice é utilizado para o reajuste dos valores de aluguéis, mas também pode influenciar nos preços da construção civil. No auge da pandemia, o IGP-M disparou, chegando a 37% no acumulado de 12 meses em maio de 2021.
Já em dezembro de 2023, o índice registrou retração de -3,18% no acumulado de 12 meses. No último resultado, no último mês de 2024, voltou a registrar alta de 6,54% no mesmo intervalo.
“Muitos contratos de aluguel utilizam o IGP-M como índice de reajuste anual. Quando o índice sobe, os locadores tentam repassar o aumento aos inquilinos, o que é sentido diretamente nos preços. Já quando o IGP-M cai ou desacelera, existe uma resistência maior por parte dos proprietários em reduzir os valores, especialmente em Petrópolis que possui uma alta demanda”, explicou Juan Cabral.
Para Irene Medeiros, como o índice não é utilizado diretamente para precificar as vendas, os impactos imediatos da alta devem ser sentidos nos contratos de aluguel. Vai depender, no entanto, do contexto econômico e das condições de mercado. Apesar disso, os custos de construção também podem influenciar os valores de novos empreendimentos.
“Apesar do IGP-M não ser diretamente utilizado para a precificação de venda, ele pode influenciar o mercado, como por exemplo com os custos de construção, impactando assim, nos preços de novos empreendimentos”, afirmou Irene Medeiros.
Tendências para 2025
Caso haja crédito imobiliário mais acessível e melhora da economia, com redução de juros, a expectativa é que haja um estímulo para a demanda por imóveis e investimentos no setor. É o que explica a consultora Irene Medeiros. Ainda assim, as características de Petrópolis fazem com que o setor se mantenha confiante no cenário atual.
“O fato de Petrópolis liderar o ranking estadual, de acordo com o “Anuário 2024” da plataforma MySide, das cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro que se destacam por sua segurança, concomitantemente com o aumento da violência da cidade do Rio de Janeiro, fazem com que muitos moradores cariocas queiram morar na cidade, contribuindo assim, para o crescimento do nosso mercado imobiliário”, disse a consultora.
O corretor Juan Cabral diz que o mercado deve continuar aquecido, com destaque para a procura nos distritos, expansão de lançamentos e vendas. Também é esperada uma crescente demanda por imóveis sustentáveis e opções de locação flexível.
“A tendência observada em 2024, com aumento na busca por imóveis nos distritos devido à proximidade com a BR-040 e menor densidade populacional, deve continuar. Além disso, os novos empreendimentos capazes de reunir muitas comodidades dentro de um condomínio tem ganhado cada dia mais força, sendo assim é uma tendência forte para 2025”, apontou o corretor.
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