Fé, trabalho e orações
Aos domingos caminho até a Catedral São Pedro de Alcântara em cumprimento ao preceito cristão que vem desde a infância. E não me canso de admirar os casarios que adornam a Rua da Imperatriz, o fervilhar de turistas a caminho do Museu Imperial e vez por outra uma “Vitória” a conduzir os alegres visitantes interessados em conviver com nossa história e memória tantas vezes ignorada por grande maioria de seus munícipes. Alguns deles jamais pisaram no Imperial Palácio e muito menos nos demais monumentos históricos o que é uma pena. Se por um lado me alegro em ver peixinhos no Rio Piabanha, sinal de que suas águas estão em alguns trechos límpidas e espelhadas exibindo silhuetas de casas e arvoredo em outros trechos me espanta com sacos de lixo arremessados em suas águas, pedaços de isopor, garrafas pet, um braço de sofá e quinquilharias outras. Como se não bastasse a escadaria lateral da Catedral continua a servir de vaso sanitário a alguns inescrupulosos que ali fazem o repositório de seus dejetos e infectam e provocam dano ao meio ambiente resultando um exalar insuportável. Que pena! Mesmo assim vejo diversos ônibus de turismo, automóveis disputando um espaço nos apertados corredores que circundam o centro da cidade. Os ambulantes vendem de tudo um pouco, desde biscoitos, água e “souvenires”. Alguns oferecem panfletos sugerindo restaurantes e hospedagem aos transeuntes. Nesse ínterim aperto o passo porque não gosto de chegar ao sagrado templo em cima da hora. Preciso refletir. Agradecer pelas incontáveis graças e pedir muita força para viver cada dia de uma vez. Não há como omitir o momento delicado e difícil que o País enfrenta. Todavia é necessário que nos revigoremos e vejamos a nossa autoestima renovada. A palavra política está se transformando em blasfêmia e palavrão haja vista o descrédito e a desmoralização em estarrecimento dos quadrantes pátrios. A bandidagem, falcatruas, corrupção, roubalheira oram institucionalizadas por um grupo não teme a justiça e muito menos a Deus. Desde o descobrimento do Brasil se ouve histórias, mas, em vez de de se corrigir elas parecem ganhar novos métodos dessas mentes desenfreadas e insaciáveis. As palavras respeito, moral, ética, cidadania e democracia parecem abolidas do dicionário. E tudo isso afeta na convivência familiar, profissional, psicológico e social. No entanto, por uma questão corretiva e pedagógica não podemos e nem devemos perder a esperança em dias melhores no resgate da dignidade da Nação. É um desafio colocado sob nossos ombros. Pergunto mais uma vez, qual o futuro se legará aos nossos filhos, irmãos, sobrinhos, netos, parentes e por extensão à população nacional? Somos ordeiros, mas, não tolos. Emprego, saúde, moradia, educação, segurança e paz são direitos consagrados pela Carta Magna e não esmolas. Que a Virgem Santíssima nos inspire e aclare os nossos representantes em todas as esferas do poder e eles revestidos do múnus de guardiães da Nação zelem pelos mandatos a eles outorgados não importem as suas idiossincrasias, mas, que ponham a mão na consciência e nos permitam o direito de nosso pão de todo os dias ainda e, não com lágrimas, dor e desapontamento.