• Rebeca Andrade e Caio Bonfim são os melhores atletas de 2024; veja todos os premiados

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  • 11/dez 23:00
    Por Ricardo Magatti / Estadão

    Maior atleta olímpica da história do País, Rebeca Andrade foi mais uma vez vencedora do Prêmio Brasil Olímpico, entregue em cerimônia realizada na noite desta quarta-feira, no Vivo Rio, na zona sul da capital fluminense. A ginasta e Caio Bonfim, atleta da marcha atlética, foram escolhidos Atletas do Ano do esporte olímpico brasileiro na premiação organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Os vencedores receberam o Troféu Rei Pelé, renomeado assim, em homenagem ao maior jogador de futebol de todos os tempos, no ano passado.

    Rebeca, que se tornou em Paris a maior medalhista da história do Brasil em Jogos Olímpicos, superou a judoca Beatriz Souza e a canoísta Ana Sátila para levar o prêmio.

    Dona de seis medalhas olímpicas, a estrela da ginástica levou seu quarto Troféu Rei Pelé. Ela foi premiada como a melhor do ano em 2021, quando chegou aos seus primeiros pódios olímpicos, em 2022, quando foi campeã mundial do individual geral, e em 2023, quando venceu Simone Biles no salto no Mundial.

    Desta vez, Rebeca não foi à cerimônia porque está fora do País, em viagem a lazer com as colegas da ginástica. Mas gravou um recado sucinto em vídeo. “Quero agradecer a todos que fizeram que o ano da ginástica fosse histórico”, comentou ela.

    Outra vitória da ginástica na cerimônia foi a eleição de Francisco Porath, o Chico, como melhor técnico. É ele o responsável pelo sucesso da ginástica brasileira. “Muiitas pessoas aposentaram essas meninas”, desabafou ele. “Mas agora tem fila de meninas querendo fazer ginástica. O Brasil tem que ser o país da ginástica”.

    Entre os homens, Caio Bonfim, que fez história nas ruas de Paris, conquistou seu o prêmio pela primeira vez ao superar o multimedalhista Isaquias Queiroz, da canoagem, e Edival Pontes, do taekwondo. O brasiliense de 33 anos ganhou na capital francesa a medalha de prata na marcha atlética de 20 km para o Brasil – a primeira da história para o país.

    Carismático, brincalhão e emocionado, ele repassou seu início acidentado no esporte até festejar a primeira medalha em sua quarta Olimpíada. “Não desisti, fui para mais um ciclo, tentei de novo e acho que fui o primeiro a ganhar a medalha na quarta edição. Saí de Paris com a melhor das lições: acredite no sonho de vocês e trabalhe. Vale a pena”, afirmou o grande vencedor da noite.

    Caio também foi escolhido, por voto popular, o Atleta da Torcida. Outras duas categorias foram escolhidas por meio de voto popular: Atleta Revelação e o Prêmio Inspire. Os vencedores foram, respectivamente. Gustavo “Bala Loka” (ciclismo BMX freestyle) e Ana Sátila (canoagem).

    Lenda do vôlei, José Roberto Guimarães foi condecorado com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, destinado, segundo o COB, a personalidades do esporte que representam os valores que marcaram a carreira e a vida do bicampeão olímpico no salto triplo, como ética, eficiência técnica e física, esportividade, respeito ao próximo, companheirismo e espírito coletivo.

    Homenagens e despedidas

    Zé Roberto é um dos maiores vencedores do esporte nacional, responsável por levar as seleções de vôlei a cinco medalhas olímpicas. É o único brasileiro tricampeão olímpico, embora nunca tenha sido premiado com medalhas em razão das regras dos Jogos Olímpicos, que premiam apenas os jogadores.

    “Agradeço cada sorriso, cada aperto de mão, a solidariedade, principalmente quando a gente perdeu para os Estados Unidos (nas semifinais dos Jogos de Paris)”, discursou Zé Roberto, que aceitou renovar seu contrato por mais quatro anos. Caso leve o Brasil aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028, ele completará 25 anos ininterruptos como treinador da seleção feminina, feito histórico.

    “O que me faz continuar é representar 220 milhões de pessoas. É vestir essa camisa, é ver meu time no pódio, é sentir a energia que é incalculável. Difícil dizer como é esse sentimento”, disse o treinador.

    Outros homenageados da noite foram Erlon Souza (canoagem velocidade), Bruno Fratus (natação), Ágatha Rippel (vôlei de praia) e Isabel Swan (vela). Eles foram lembrados por suas carreiras bem-sucedidas. Fratus, aliás, decidiu anunciar oficialmente sua aposentadoria na premiação.

    Ele disse ter sido convencido pelo também ex-nadador Gustavo Borges de que o atleta, quando para, não morre duas vezes, e sim nasce duas vezes, contrariando o conhecido aforismo. “A mensagem que deixou para quem nos assiste é: pratique esporte porque muda vidas, e, com certeza, mudou a minha”, falou o ex-nadador.

    Não somente atletas se despediram. No último mês à frente do COB, o presidente Paulo Wanderley fez um discurso longo para elencar os seus feitos à frente da entidade. “Considero cumprida minha missão”, afirmou o dirigente, que será sucedido em janeiro por Marco La Porta, eleito presidente com apoio maciço dos atletas há dois meses.

    Já Arthur Elias, eleito melhor treinador coletivo, citou os altos índices de violência contra a mulher e que as mulheres sejam respeitadas e valorizadas. O técnico da seleção brasileira feminina de futebol espera que o futebol feminino continue a ser apoiado por políticas públicas e pela iniciativa privada.

    As homenagens póstumas foram apresentadas no telão. Zagallo, Maguila, Pampa e Luiz Onmura, além dos jornalistas Antero Greco, Silvio Luiz, foram lembrados por anos de dedicação ao esporte.

    O evento foi apresentado pela atriz Larissa Manoela, madrinha do Time Brasil, e pelo humorista Paulo Vieira, apresentador da TV Globo.

    PRÊMIOS PRINCIPAIS

    Atletas do Ano – Rebeca Andrade e Caio Bonfim

    Atleta Revelação – Gustavo “Bala Loka” (ciclismo BMX freestyle)

    Atleta Influenciador do Ano – Flávia Saraiva

    Atleta da Torcida – Caio Bonfim (marcha atlética)

    Prêmio Inspire – Ana Sátila (canoagem)

    Destaques dos Jogos da Juventude – Giovana Fioromonte (judô) e Lucio Filho (natação)

    Equipe do ano: futebol feminino

    Melhor Equipe mista – judô

    Melhor treinador individual – Francisco Porah (ginástica artística)

    Melhor treinadora individual – Sarah Menezes (judô);

    Melhor treinador coletivo – Arthur Elias

    Troféu Adhemar Ferreira da Silva – José Roberto Guimarães (técnico da seleção brasileira feminina de vôlei)

    Prêmio Espírito Olímpico – Christian Gebara (CEO da Vivo).

    VENCEDORES POR MODALIDADE

    Atletismo – Caio Bonfim

    Águas Abertas – Ana Marcela Cunha

    Badminton – Juliana Vieira

    Basquete – Marcelinho Huertas

    Basquete 3 x 3 – Luana Batista

    Breaking – B-Girl Mini Japa

    Boxe – Beatriz Ferreira

    Canoagem Slalom – Ana Sátila

    Canoagem Velocidade – Isaquias Queiroz

    Ciclismo BMX Freestyle – Gustavo Bala Loka

    Ciclismo BMX racing – Paola Reis

    Ciclismo de estrada – Ana Vitória ‘Tota’ Magalhães

    Ciclismo mountain bike – Ulan Galinski

    Ciclismo de pista – Wellyda Rodrigues

    Desportos na neve – Zion Bethonico

    Desportos no gelo – Nicole Silveira

    Escalada esportiva – Rodrigo Hanada

    Futebol – Lorena

    Ginástica Artística – Rebeca Andrade

    Ginástica Rítmica – Bárbara Domingos

    Ginástica de Trampolim – Ryan Dutra

    Handebol – Bruna de Paula

    Hipismo adestramento – João Victor Oliva

    Hipismo CCE – Rafael Lozano

    Hipismo saltos – Stephan Barcha

    Hóquei Sobre a Grama – Lucas Varela

    Judô – Beatriz Souza

    Levantamento de Peso – Laura Amaro

    Nado Artístico – Marina Postal e Eduarda Mattos

    Natação – Guilherme Costa, o Cachorrão

    Pentatlo moderno – Isabela Abreu

    Remo – Lucas Verthein

    Rugby Sevens – Thalia Costa

    Saltos Ornamentais – Ingrid Oliveira

    Skate – Rayssa Leal

    Surfe – Tatiana Weston-Webb

    Taekwondo – Edival Pontes, o Netinho

    Tênis – Beatriz Haddad Maia

    Triatlo – Miguel Hidalgo

    Tênis de Mesa – Hugo Calderano

    Tiro com Arco – Marcus D’Almeida

    Tiro esportivo – Geovana Meyer

    Vôlei – Gabi Guimarães

    Vôlei de Praia – Duda Lisboa e Ana Patrícia

    Vela – Bruno Lobo

    Wrestling greco-romana – Joilson Junior

    Wrestling livre – Giulia Penalber

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