• Entenda polêmica envolvendo mulher que se recusou a ceder assento para criança em avião

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  • 06/dez 18:05
    Por Redação / Estadão

    Um vídeo de uma mulher sendo hostilizada em um avião após se recusar a ceder o seu assento a uma criança que chorava querendo aquele lugar viralizou nas redes sociais esta semana. A intenção da pessoa que postou o vídeo era denunciar a mulher como uma “pessoa sem empatia”, mas o efeito foi contrário.

    A atitude da passageira dona do assento, identificada posteriormente como bancária mineira Jeniffer Castro, foi aplaudida por grande parte dos internautas e ela, que era anônima, ganhou mais de um milhão de seguidores no Instagram desde então. “As pessoas precisam entender que ninguém é obrigado a atender aos desejos dos filhos dos outros. Se o assento é dela, ela tem o dinheiro de não querer trocar”, escreveu um usuário do Tiktok.

    O vídeo foi postado pela filha da mulher e em tom de indignação pelo comportamento de Jeniffer. “E minha mãe que encontrou uma pessoa sem empatia com criança”, escreveu a jovem no perfil @marycomciencia no Tiktok. Ela desativou sua conta na rede social após a polêmica.

    “Ela se nega a trocar de uma criança que está nervosa porque ela não quer trocar de lugar. Eu até perguntei se ela tem alguma síndrome, alguma coisa, porque se a pessoa tem algum problema, uma deficiência, a gente até entende, mas a pessoa não quer trocar por nada”, diz a mulher que filmou o vídeo, uma passageira que não tinha relação com a família da criança.

    “Estou gravando a sua cara porque você não tem empatia com as pessoas e isso é repugnante”, afirma a mulher. “Se fosse com um adulto, até tudo bem, mas como uma criança?”, diz. Um outro passageiro faz coro ao seu discurso.

    Os internautas começaram a chamar Jeniffer de “diva do avião” e elogiar a sua postura calma em meio às ofensas que recebia da mulher que filmou o vídeo. A bancária se manteve em silêncio e com fones de ouvido durante praticamente toda a confusão. Quando retrucou a mulher, falou em tom baixo. Não foi possível escutar o que ela disse. “Quando eu crescer, quero ser calma como essa mulher”, escreveu uma internauta.

    O manual aeronáutico brasileiro não permite trocas de assento a não ser por determinação da tripulação, que segue regras técnicas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para isso. Os passageiros podem até pedir trocas à tripulação, mas não é possível exigir que sejam atendidos ou os lugares exatos em que querem voar, a não ser que comprem o assento no site ou guichê da companhia aérea.

    Crianças, assim como pessoas com deficiência que precisam de acompanhamento, como autistas de nível de suporte alto, devem obrigatoriamente se sentarem acompanhadas do pai, mãe ou responsável. Mas o lugar específico, se na janela ou não, só pode ser escolhido mediante compra de assento.

    Em entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta, da Rede Globo, Jeniffer disse que está tomando as devidas medidas legais em relação à hostilização e exposição que sofreu e afirmou estar com medo, se sentindo perseguida, pois pessoas estão enviando mensagens para seus familiares e perguntando onde ela mora.

    A bancária também esclareceu que quem fez o vídeo não era a mãe da criança, mas outra passageira, ao contrário do que vinha sendo especulado na internet. Ela contou que quando chegou ao avião, a criança estava sentada no seu banco, ao lado da avó, e ela explicou que aquele era o seu assento. A família então tirou a criança do assento e ela começou a chorar.

    Segundo Jeniffer, várias pessoas da família estavam na aeronave e eles tinham um assento na janela para a criança, mas o menino queria o seu assento, pois era ao lado da avó. Mesmo após a avó trocar de lugar para ficar junto ao neto, a criança continuou chorando querendo o assento de Jeniffer.

    Outros passageiros da aeronave começaram a questionar Jeniffer sobre por que ela não trocava de lugar com a criança, mas ela disse que não queria pois era o seu aniversário e aquele era o seu assento. “Ele chorou o voo inteiro”, disse a mineira.

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