• Utilização da capacidade operacional na construção é a maior para outubro desde 2013, diz CNI

  • 25/nov 14:29
    Por Giordanna Neves / Estadão

    A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) da indústria da construção subiu três pontos porcentuais em outubro e atingiu o nível de 70%, maior patamar para o mês desde 2013, de acordo com a Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O resultado, segundo as entidades, reflete o desempenho mais forte do setor.

    De acordo com o levantamento, a UCO de outubro de 2024 ficou seis pontos porcentuais acima da média histórica para o mês, que é de 64%. Todos os setores, inclusive, registraram uma utilização da capacidade operacional acima do usual para o período. No caso da construção de edifícios, por exemplo, o indicador ficou em 64% (a média histórica é de 61%); nas obras de infraestrutura, o resultado foi de 68% (a média histórica é de 62%); e nos serviços especializados para a construção, o índice chegou a 71% (a média histórica é de 66%).

    “O setor está vivendo um momento importante, com crescimento significativo nas contratações e na compra de materiais ligados à construção, sobretudo com relação à construção de edifícios, que ganhou impulso com as mudanças realizadas no programa Minha Casa, Minha Vida, que acontecem desde o fim do ano passado”, explicou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, em nota divulgada à imprensa.

    Desempenho e emprego

    O índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção também registrou um desempenho mais favorável. De acordo com o levantamento, o resultado foi de 48,7 pontos, um ponto acima da média histórica para outubro (47,7 pontos). Já o indicador que mede a evolução do emprego fechou o mês em 47,5 pontos, 1,2 ponto acima da média histórica. “Isso mostra que os empresários percebem que o desempenho e o número de trabalhadores evoluíram de forma mais favorável”, avaliou a CNI.

    Os setores de obras de infraestrutura e de serviços especializados para a construção registraram indicadores acima da média histórica em outubro tanto para o nível de atividade quanto para o número de empregados. No caso do segmento de construção de edifícios, o índice ficou abaixo da média histórica.

    Confiança dos empresários

    Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção recuou 0,7 ponto na passagem de outubro para novembro, atingindo a marca de 53,8 pontos. “A queda do ICEI em novembro se deu em função da piora das avaliações dos empresários tanto em relação às condições correntes quanto em relação às expectativas”, disse a entidade.

    Todos os índices que medem a expectativa dos industriais da construção para os próximos seis meses também registraram queda de outubro para novembro. O índice de expectativa de nível de atividade caiu de 54 pontos para 52 pontos; o de novos empreendimentos e serviços foi de 53,9 pontos para 51,7 pontos; o de compras de insumos e matérias-primas recuou de 52,8 pontos para 51,1 pontos; e o relativo ao número de empregados diminuiu de 53,5 pontos para 52 pontos.

    Com exceção do índice relativo ao nível de atividade, os índices reverteram as altas do mês anterior. No caso do nível de atividade, a queda do índice e, consequentemente, do otimismo, foi mais forte que a alta do mês anterior. “Apesar disso, todos os indicadores ficaram acima da linha divisória de 50 pontos, revelando expectativa de crescimento para os próximos seis meses”, pondera a CNI.

    Já o índice de intenção de investimento da Indústria da Construção recuou 0,6 ponto, 46,4 pontos para 45,8 pontos. A queda reverteu apenas parcialmente o forte avanço, de 2,5 pontos, que havia sido registrado no mês anterior. Mesmo com o resultado negativo, o indicador está 8 pontos acima da média histórica, de 37,8 pontos.

    A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 12 de novembro, com 332 empresas, sendo 124 pequenas, 143 de médio porte e 65 de grande porte.

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