• Campos Neto diz discordar que crescimento do PIB decorre só de efeito da expansão fiscal

  • 19/nov 12:37
    Por Daniel Tozzi Mendes e Francisco Carlos de Assis / Estadão

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que discorda da avaliação de que o forte crescimento da economia brasileira nos últimos anos é resultado apenas do impulso fiscal. “Acho que tem um componente que é fiscal, mas tem um componente que foi o efeito das reformas cumulativas que nós fizemos nos últimos anos”, comentou o banqueiro central, citando que houve avanços na desburocratização da economia e aumento da liberdade na economia, por conta de medidas como a aprovação do marco do saneamento básico. “Tem um pedaço que é mais estrutural, e muita gente está revisando o crescimento estrutural brasileiro para cima”, complementou.

    As declarações foram feitas por Campos Neto em evento da Associação Comercial de São Paulo, que contou com a presença do presidente da ACSP, Roberto Ordine, e do deputado federal Danilo Forte (União-CE).

    Inflação

    Em relação ao comportamento da inflação no País, Campos Neto lembrou que os preços vinham desacelerando, com a inflação se aproximando das metas, mas que esse movimento parou de acontecer. “A gente tinha alguns indicadores antecedentes que mostravam que teríamos um desafio grande, principalmente na inflação de serviços”, detalhou.

    Nesse sentido, Campos Neto frisou que essa percepção de piora na inflação não é uma avaliação apenas dos “malvados da Faria Lima”, mas que também acontece entre economistas e agentes da “economia real”. “É interessante que o mundo real é até mais pessimista na percepção”, disse.

    6×1

    Ao comentar sobre o mercado de trabalho, Campos Neto voltou a se posicionar contra o fim da escala 6 x 1, que, segundo ele, vai contra os avanços alcançados com a reforma trabalhista e demais mudanças que garantiram mais liberdade econômica.

    “Países que têm relação de trabalho mais flexíveis tendem a ter desemprego mais baixo, então eu acho que você voltar atrás nisso, não vai ser bom para o empregado”, afirmou o presidente do BC.

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