• Klara Castanho sobre consciência política após exposição midiática: ‘falar abertamente’

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 16/nov 13:24
    Por Redação O Estado de São Paulo / Estadão

    Klara Castanho, 24 anos, está de volta às novelas com Garota do Momento, trama da faixa das 18h da Globo, em que interpreta a jovem Eugênia. A atriz enfrentou intensa exposição midiática em 2022, quando se viu forçada a revelar em carta aberta que foi vítima de um estupro, engravidou e entregou o bebê para a adoção.

    O processo doloroso despertou na atriz maior consciência sobre temas como política e sexualidade feminina. Em entrevista à revista Marie Claire, Klara contou que vive uma nova fase, mais madura.

    Neste ano, ela fez uma campanha com o Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais, para incentivar jovens a votar.

    “Não ter consciência política não está na moda, não faz sentido. A gente tem que conhecer o nosso País e a nossa história. Sou a favor de termos direitos, da possibilidade de se renovar a cada eleição, a cada momento emblemático. Sou a favor da gente estar em lugares que não necessariamente poderíamos estar. Estou a favor de onde estão os direitos”, disse à publicação.

    Outro tema caro para a atriz é a importância de se falar sobre saúde e sexualidade das mulheres. Ela considera que o Brasil ainda precisa avançar nessa discussão. “Temos um longo caminho para que a gente normalize certas coisas e fale abertamente sobre certos assuntos. Temos que falar cada vez mais. Tive sorte em participar de campanhas e ser porta-voz de discussões sobre saúde, sobre conhecer o seu corpo e conhecer a si mesmo”, disse.

    Diante de sua personagem em Garota do Momento, uma jovem que esconde cicatrizes resultantes de um acidente, Klara refletiu sobre autoestima. Ela estreou na novela em Viver a Vida (2009), aos nove anos, e passou um período dedicando-se a projetos no streaming e no cinema antes do retorno à TV aberta.

    “Hoje, eu e minha autoestima temos uma boa relação. Somos amigas. É claro que existem momentos em que a gente acorda e está contra tudo e todos. Crescer sendo uma pessoa pública me fez ser muito consciente do meu rosto e de tudo que era relacionado a mim. Acho que isso foi assustador e benéfico”, contou à Marie Claire.

    Relembre o Caso Klara Castanho

    Em junho de 2022, Klara Castanho revelou em uma carta aberta que gerou um bebê após um estupro. No relato, a jovem explicou que só descobriu que esperava uma criança no final da gestação, e por isso, optou por dar o bebê à adoção.

    “Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada”, escreveu a atriz na carta, publicada em seu Instagram.

    No dia do parto, Klara disse que uma enfermeira a questionou. “Imagina se tal colunista descobre essa história?”. Ao chegar no quarto, ela já havia recebido mensagens do colunista, o qual não citou o nome. “Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar”, disse.

    A carta foi publicada após rumores surgirem quando a apresentadora Antonia Fontenelle disse em uma live que “uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção”. Após a carta, ela questionou por que os internautas estariam “revoltados com ela”, por ter mencionado a história. “Se eu soube disso foi através dele [o colunista Leo Dias], agora cobrem dele, e se ele não quer falar, também é um direito dele”, disse Antonia.

    Leo Dias, então, publicou no portal Metrópoles uma matéria intitulada “Estupro, gravidez indesejada e adoção: a verdade sobre Klara Castanho”, que foi retirada do ar após pressão de internautas.

    Em setembro de 2022, Klara entrou com uma queixa-crime contra Antonia Fontenelle, Leo Dias e a influenciadora Adriana Kappaz, conhecida como Dri Paz, pelos crimes de difamação, calúnia e injúria. Na ação por danos morais movida contra Antonia, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decretou vitória de Klara em primeira instância, em junho do ano passado.

    Já o processo contra Dri Paz corre em segredo de Justiça em São Paulo. Conforme os advogados da atriz, na época, Adriana teria gravado um vídeo na rede social Kwai “imputando” o crime de abandono de incapaz à atriz. A defesa da influenciadora alega que a ação teria corrido de forma “irregular”, já que Adriana não teria tomado conhecimento sobre o processo e, por esse motivo, não teria tido direito de defesa.

    Últimas