Merenda, lixo, salários, aposentadorias… não era para a cidade estar vivendo isso
A conta chegou. E atinge em cheio os serviços básicos: escolas desabastecidas de merenda, lixo espalhado pelas ruas afetando a saúde pública, salários em atraso, aposentadorias dependendo de mirabolices para serem pagas. A tentativa de aumentar a receita com um ICMS a mais, claramente uma manobra que tinha prazo e poderia ser revertida, acabou gerando mais um baque nas já combalidas contas públicas. Recebeu a mais, gastou por conta, investiu-se em obras e agora, com o ICMS a menos e ainda tendo de pagar o que recebemos a mais, não temos nem as obras prontas, nem a garantia dos serviços básicos. Isso, sem contar o tempo que a prefeitura vai precisar para tentar recuperar a estabilidade e ter dinheiro para voltar a investir na cidade.
Pratos vazios
Além do lixo espalhado pelas ruas, agora escolas vivem desabastecimento de merenda. E nossos vereadores foram alertados pelo Conselho de Alimentação Escolar que a prefeitura previu no orçamento apenas R$ 10 milhões dos R$ 40 milhões necessários para custear a merenda no ano que vem. Tanto, que paralisaram a tramitação do orçamento 2025. Se não fosse o CAE, verdade seja dita, ia passar batido.
Sinuca de bico
E para perfazer os 200 dias letivos obrigatórios por lei, as aulas na rede pública municipal precisam seguir até o dia 20 de dezembro. O problema é que não tem merenda até lá. E não dá para suspender as aulas, senão não cumpre o calendário. Vai ter que rolar um gabinete de crise para tentar uma solução. E é melhor envolver a equipe de transição da gestão Hingo Hammes para garantir o retorno das aulas em 2025.
“A mais” não é garantia
A mais é para a gente usar em extras, né? No básico, no dia a dia, se aplica o que é garantido. É assustador que se tenha gastado por conta, como se não houvesse amanhã, iniciando obras e obras, e agora vai ter que tirar da merenda. Vamos também chamar à responsabilidade a Câmara dos Vereadores que deixou correr frouxo a fantasia do “ICMS a mais”.
Eternidade
Você conferiu aqui nas páginas de Cidade da Tribuna que o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro determinou que a prefeitura faça alterações para liberar o edital de licitação para a terceirização de 1,1 mil cargos na Secretaria de Educação. Essa licitação de R$ 64 milhões está emperrada há um ano, tendo recebido pedido de impugnação de vários licitantes. Enquanto isso, a prefeitura continua operando com emergenciais. Mas, vamos ser justos: um contrato emergencial para a terceirização dos cargos da Educação foi uma ideia da gestão interina de Hingo Hammes e, desde então, novos temporários vêm sendo firmados. Com a suspensão desta licitação pelo TCE, é de se esperar que continuem sendo feitos os emergenciais.
Lavanderia
O Hospital Alcides Carneiro abriu licitação para contratar serviço de lavanderia. É uma concorrência cara, estimada em R$ 5,4 milhões. Mas o contrato é de dois anos.
Caprichada
Falando em Alcides Carneiro, são muitos os elogios de pacientes sobre o Hospital, verdade seja dita. Deram uma reforma em muitos ambientes e mobiliaram de forma irrepreensível. Tem elogios para a maternidade e atendimento na UTI.
Contagem I
Petrópolis está há 1 ano e 183 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contagem II
Faltam 49 dias para Petrópolis virar a página.
Royalties, encostas e limpeza
E a prefeitura vem remanejando verbas para a Secretaria de Serviços, Segurança e Ordem Pública em volume considerável nos últimos dias se comparado ao serviço que a SSOP vem prestando que é de…mas, o que vem mesmo prestando a secretaria? Eis que a prefeitura mandou para lá R$ 5,3 milhões. Deste montante, R$ 2,6 milhões são de royalties de petróleo que recebeu e mais R$ 2,6 milhões de rubricas como contenção de encostas.
Recados do coração
Pessoal da CPTrans (os concursados) pediram para a gente perguntar: nessa abertura da caixa preta da prefeitura que Hingo Hammes anunciou, o prefeito eleito inclui a CPTrans, em especial a divisão de transporte público?
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