• Petrópolis e as chuvas

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  • 26/01/2016 12:00

    Tão recorrente é falar das chuvas em Petrópolis quanto as próprias. Então por que voltar a este assunto? Simplesmente porque o assunto e as decorrências se banalizaram. Há uma apatia generalizada da população com o fato e esta aceita as consequências com uma complacência assustadora. 

    São rios que transbordam, é lama que toma conta de ruas, calçadas, casas e comércios, desbarrancamentos diversos (é bom lembrar aqui que ninguém fala em reflorestamento) muitas vezes com perdas de vidas e toda a população é acometida de uma letárgica anestesia aceitando os fatos como uma penitência a ser paga à mãe natureza.

    Sem querer ser repetitivo, mas às vezes se faz necessária a repetência: a cidade do Rio, solucionou o problema de alagamentos com piscinões de contenção alguns dirão, uma providência cara, é bem verdade que sim, mas o ganho do investimento, fará com que eles se paguem; sou contra um extravasor e a este respeito consultei especialistas da UFRJ e a opinião foi que o correto são os piscinões. 

    Somente com o gasto de dragagens inúteis (que a bem da verdade só combatem o mau cheiro) e limpezas infrutíferas dos rios (só servem para embelezamento) já seria feito um bom caixa. Quanto ao problema das encostas é sabido por todos que as verbas federais para este fim estão contingenciadas: temos obras paradas neste particular. Agora quanto à fiscalização de construções à beira de rios e em áreas de risco iminente, não há porque deixar de ser feita e não se compreende porque não é levada a efeito, assim como a desocupação gradativa em áreas sabidamente de alto risco.

    Se tivéssemos uma fiscalização tão eficiente quanto o trabalho da defesa civil, elogiável sob todos os aspectos, muitas vidas seriam salvas, mas esta fiscalização, se existe, não produziu qualquer resultado até o presente momento.

    Por que não se produz uma campanha de conscientização da utilidade de calhas de chuvas nas casas, com reaproveitamento de águas?

    Notei nesta última chuva outro fato grave. Por conta da coleta ruim que vem sendo levada a efeito ultimamente, o lixo veio a somar-se aos outros problemas, indo parar dentro dos rios. É lamentável que sejam detectados os estragos e somente providências paliativas sejam tomadas, promessas sejam feitas e após as chuvas e ao final do verão, tudo seja esquecido até as chuvas seguintes.

    E assim vem acontecendo com nossa Cidade, ano após ano, verão após verão, governo após governo e o sofrimento e o medo do povo também sendo contingenciado pelas autoridades. Tudo neste sentido é relegado ao um plano inferior, as desculpas são inúmeras: falta verba, faltam projetos, quando na verdade falta ação, falta vontade.

    Não deveria ser assim. Os petropolitanos deveriam exigir e cobrar das autoridades responsáveis uma ação mais contundente e efetiva, quer seja na proteção de encostas, quer com programas de reflorestamento, quer seja na fiscalização efetiva das construções em áreas de risco, a retirada gradual e sistemática de habitantes em áreas de alto risco, e ainda na busca de soluções para o transbordamento dos rios. 

    Para finalizar, um alerta aos senhores vereadores, as postagens oportunistas, poderão se voltar contra os senhores. Não é digno ajudar e alardear nas redes sociais esta ajuda, por conta dos estragos das chuvas.

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