• Vale a pena trocar a TV por assinatura pelo streaming? Confira serviços e valores

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  • 03/09/2019 10:38

    Trazida pelo jornalista Assis Chateaubriand em 1950, a televisão, tradicional e maior meio de comunicação do Brasil, já teve diversos rivais: rádio, jornais impressos e até o cinema. Porém, seu concorrente mais forte é sem dúvidas a internet. Com toda a facilidade que o serviço proporciona e se aproveitando de tudo que já deu certo no “rival”, a web bate forte de frente nos dias de hoje. Mesmo num país onde apenas 57,8% dos domicílios possuem acesso à internet, o recuo do mercado televisivo e o aumento dos números nos serviços de streaming chama a atenção.  

    Segundo dados de um levantamento da pesquisa de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do IBGE, 81,8% dos brasileiros conectados usam a internet para consumir filmes, séries e vídeos nesse novo modelo de plataforma. Esse número, cresceu 7,2% de 2017 para 2018, já que em 2016 eram 74,6% os brasileiros que consumiam esse tipo de conteúdo via internet.  

    Com ofertas multiplicadas e proporcionando ao espectador a possibilidade de ver os conteúdos quando e onde quiser, ficar diante da tela agora é uma ação bem mais complexa. 

    Ainda de acordo com o IBGE, cerca de 8% dos lares brasileiros já utilizam esse tipo de serviço. E em alguns casos, como o da assistente administrativa Monique Moreira, de 32 anos, o streaming é a única plataforma disponível em casa para se assistir. “Eu não assistia tv aberta num geral. Estava vendo apenas filmes e séries, então não tinha mais motivos pra ter uma antena convencional. Hoje eu só assino a Netflix, mas assisto muitas outras coisas online também.” declarou.  

    E ela não está sozinha. O número que evidenciou isso foi o da TV por assinatura. Nos últimos cinco anos, foram mais de 3 milhões de assinantes a menos. Enquanto isso, a novidade atrai muitos brasileiros. De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), estima-se que a Netflix, maior site de streaming do Brasil, tenha 10 milhões de assinantes no país, o que fez a empresa ultrapassar a SKY, que tem têm 5,2 milhões de assinantes, e até mesmo a NET,  que é a líder no ramo de TV paga, com 9 milhões de assinantes . 

    Monique justifica a troca por uma razão básica: a qualidade do conteúdo. “Acho o conteúdo do streaming de mais qualidade, com muito mais opções e possibilidades. A TV tem um conteúdo muito repetitivo e muitas vezes apelativo” destacou. 

    Mas ainda há quem esteja no meio do caminho. Usando tanto a TV mas também consumindo muito conteúdo pelas plataformas digitais. Um bom exemplo é o da auxiliar de departamento pessoal, Nathalia Huber, que deixou de ver novelas e telejornais para se dedicar às séries e filmes da tv fechada e dos sites de streaming. “Hoje Uso a Netflix e a Sky. Não ultrapassam 10% da minha renda, por isso mantenho os dois. Assisto seriados e filmes, porque não gosto de novelas e porque os telejornais acabam deixando um tom de qual lado é melhor pouco se falando das coisas boas que acontecem” declarou.  

    Valores fazem a diferença? 

    Como destacado por Nathalia, grande parte dessa troca ou inclusão do streaming no espaço que era da só televisão se dá pela questão econômica. Mas ela evidencia também uma mudança de hábito e de geração. Hoje, jovens preferem ver séries a assistir à TV aberta, por exemplo. Mas para Renato Levi, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, especialista em memória audiovisual e história da televisão, a TV ainda é uma referência para o brasileiro e o streaming vive na bolha conectada.  

    “Se a gente for olhar a nossa própria bolha, aqui dentro da USP, arriscaria dizer que quase 100% das pessoas consomem mais na internet do que a TV. Então a gente confunde o ambiente em que vivemos com a totalidade. Esse dado mostra que a televisão ainda possui uma força muito grande e ainda é um hábito do brasileiro, é uma referência para as pessoas e faz companhia, seja para o bem ou para o mal” afirmou em entrevista ao programa “Diálogos na Usp”.  

    Um levantamento do site de cultura pop “nerdbunker.com.br” elencou os valores dos serviços disponíveis por aqui e fez o cálculo de quanto isso impactaria no bolso do consumidor na totalidade do ano. De acordo com a publicação, hoje no Brasil, estão disponíveis 11 serviços de streaming, nos mais diversos segmentos. São eles:  

    • Netflix: R$ 21,90 

    • HBO GO: R$ 34,90 

    • Amazon Prime Video: R$ 14,90 

    • MUBI: R$ 27,90 (Filmes Cult) 

    • Globo Play: R$ 19,90 

    • Telecine Play: R$ 37,90 

    • Crunchyroll: R$ 25,00 (Animes) 

    • Looke: R$ 16,90 (Plataforma brasileira de filmes e séries) 

    • Odflix: R$ 12,90 (Filmes antigos) 

    • Spotify: R$ 16,90 

    • Kindle Unlimited: R$ 19,90 (leitura) 

    Fazendo a soma de todos os serviços, para ter acesso a 100% do conteúdo disponível em streaming, você deveria desembolsar o total de R$ 249,00 mensais e, assim, ser assinante de todas as plataformas. Por ano, você gastaria R$ 2.998,00. Já do lado da televisão, o pacote mais barato de TV a cabo é R$ 89,90 mensais, totalizando R$ 1.078,80. Vale ressaltar que o pacote não inclui todos os canais em HD e que para eventos específicos de Pay per view, o cliente tem de pagar uma taxa extra por evento. 

    Tem mais gente chegando no mercado  

    Foto: Reprodução/Internet

    O streaming promete incomodar ainda mais. Em breve, no mercado nacional, chegarão o HBO Max, que disponibilizará produções originais da HBO, Warner Bros, entre muitas outras. O valor não foi anunciado ainda, mas calcula-se que seja mais de US$ 15,00(aproximadamente R$ 60,00).  E também um dos mais esperados: o Disney+. O streaming já nascerá gigante, contando com séries e filmes originais da Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic, além de todo o acervo histórico da marca. O Disney +, inclusive, oferecerá um combo que inclui o Disney+, ESPN+ e o Hulu. O pacote estará disponível nos Estados Unidos no dia 12 de novembro por US$ 12(Aproximadamente R$ 48,00).  

    O Disney+ chega à América Latina apenas no segundo semestre de 2020, ainda sem preços definidos, mas já está deixando os fãs, como a Monique, ansiosos. “No momento não tenho interesse em assinar outros canais de streaming, mas estou aguardando o Disney +, né?! Ele só chega no ano que vem, mas com certeza assinarei também!” finalizou.

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