Dados recentes indicam que a cobertura vacinal tem caído em algumas regiões do Brasil, ficando abaixo dos 90%
Nesta quinta-feira (24), é celebrado o Dia Mundial do Combate à Poliomielite, uma data de conscientização sobre a importância da vacinação para erradicar a doença. Recentemente, o esquema vacinal contra a poliomielite no Brasil passou por uma alteração significativa: a vacina oral (VOP), conhecida popularmente como “gotinha”, foi substituída pela vacina injetável (VIP), que agora será utilizada também nos reforços.
Segundo o pediatra do Hospital Santa Teresa, Dr. Bruno Leal, a mudança simplifica o esquema vacinal, mantendo a aplicação da VIP nas três primeiras doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade, e agora também no reforço de 15 meses. “Antes, a vacina oral era usada apenas como reforço aos 15 meses e 4 anos. Com a mudança, será necessária apenas a dose de reforço aos 15 meses, eliminando a necessidade do reforço aos 4 anos,” explica o especialista.
Essa transição para a vacina injetável também traz outros benefícios. Segundo o especialista, não há diferenças significativas entre as duas vacinas em termos de eficácia, mas a vacina oral, por ser de vírus vivo atenuado, trazia uma probabilidade maior de efeitos colaterais, algo que praticamente não ocorre com a versão inativada e injetável.
Além da proteção individual, o médico ressalta a importância da vacinação para a saúde coletiva. “Manter o cartão vacinal em dia é crucial, não só para a criança vacinada, mas para toda a comunidade. Quanto mais pessoas imunizadas, menor a circulação de doenças e maior a proteção de indivíduos que não podem ser vacinados, como os que possuem imunodeficiências severas,” pontua.
Outro ponto é a redução na quantidade de doses de reforço e a menor chance de efeitos adversos. “A grande diferença é que, agora, temos menos doses de reforço, além de ser uma vacina inativada, o que significa que mesmo crianças com imunodeficiência podem recebê-la com segurança,” afirma.
A aplicação da vacina injetável contra a poliomielite não requer cuidados especiais, além de seguir as recomendações habituais. O ideal é que a criança seja vacinada na data recomendada pelo calendário vacinal e que esteja saudável no momento da aplicação, como deve ser feito em todas as vacinas.