• Ibovespa interrompe série positiva e cai 0,73%, aos 130,7 mil pontos

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  • 17/out 17:52
    Por Luís Eduardo Leal / Estadão

    Em sessão sem catalisadores para estender a série positiva, o Ibovespa operou na contramão de Nova York e fechou em baixa de 0,73%, aos 130.793,41 pontos, após três ganhos seguidos. Nesta quinta-feira, 17, saiu de máxima na abertura aos 131.715,84 pontos e, no pior momento, operou abaixo dos 130 mil, a 129.901,94. Enfraquecido após o vencimento, na quarta-feira, de opções sobre o índice, o giro caiu a R$ 17,8 bilhões. Na semana, o Ibovespa ainda sobe 0,62%, com perda no mês a 0,78% – no ano, cede 2,53%.

    Entre as ações de maior peso e liquidez, poucos nomes conseguiram se descolar do sinal do Ibovespa nesta quinta-feira, como Itaú (PN +0,20%) e Bradesco (ON +0,45%, PN +0,66%). Vale ON, a principal ação do Ibovespa, cedeu 2,53%, após ganho de 1,91% na sessão anterior. A ação da mineradora foi impactada pela forte correção nos preços da commodity, em queda de 6% em Dalian, na China, e de mais de 4% em Cingapura, ante a frustração do mercado em relação à falta de medidas de estímulo adicionais na economia chinesa.

    Analistas da ANZ Research observam que a queda nos preços do minério de ferro está ligada à coletiva de imprensa do Ministério da Habitação da China, reporta a jornalista Beatriz Capirazi, do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Na coletiva, o ministério focou medidas para impulsionar o setor imobiliário, mas não anunciou valores específicos para estímulo fiscal, o que desapontou investidores.

    Petrobras, por sua vez, com a ON em baixa de 0,47% e a PN, de 0,75%, no fechamento, não acompanhou a leve recuperação do petróleo, que subiu nesta quinta após quatro sessões no negativo. Na ponta perdedora do Ibovespa, destaque para Hapvida (-3,63%), Yduqs (-3,59%) e Hypera (-3,06%). No lado oposto, BRF (+2,66%), Marfrig (+2,54%) e Brava (+2,21%).

    “O Ibovespa cedia mais forte pela manhã, mas moderou a perda à tarde, em melhora favorecida pela redução da alta observada na curva de juros e pela relativa estabilidade no câmbio”, aponta o analista da CM Capital Rafael Lage. Em direção ao fim da tarde, o dólar mudou de direção e fechou o dia em leve baixa de 0,10%, a R$ 5,6596, perto da mínima da sessão, de R$ 5,6585.

    “Depois de subir cerca de 1,7% nos últimos dias, o Ibovespa virou hoje para queda, chegando a devolver mais da metade dessa alta somente no dia de hoje. Houve frustração quanto à possibilidade de novos estímulos da China ao setor imobiliário, o que fez com que o minério de ferro em Dalian chegasse a ficar abaixo de US$ 100 por tonelada pela primeira vez em três semanas”, diz o analista da Melver Inácio Alves.

    “A elevação dos juros de longo prazo no Brasil também teve efeito negativo sobre empresas de setores cíclicos e de consumo, contribuindo para o desempenho desfavorável da Bolsa” nesta quinta-feira, enfatiza o head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, Anderson Silva, acrescentando uma dimensão doméstica às dúvidas do mercado com relação ao fator China e o efeito que produzirá sobre a demanda global por commodities, que afetam diretamente carros-chefes da B3 como Vale e Petrobras.

    Dessa forma, quase na mesma proporção, a sessão foi negativa tanto para as ações com sensibilidade a juros e exposição à economia doméstica, como as de consumo (ICON -0,79%), quanto para as correlacionadas a preços e demanda formados no exterior, como as de materiais básicos (IMAT -0,61%).

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