Petrópolis registra abstenção alta e tendência de aumentar no segundo turno
Bem que a gente avisou que as abstenções seriam expressivas na cidade. Não que sejam exatamente 70 mil pessoas que se recusam a ir às urnas. Uma parcela significativa não ia mesmo, mas tem uma quantidade grande de gente que não mora mais aqui e que não transferiu o título. Até porque Petrópolis tem 245 mil eleitores aptos e uma população de 278 mil habitantes. Não fecha essa conta com 33 mil menores de 18 anos na cidade.
Só na pandemia foi pior
Em 2020, no primeiro turno para as eleições, tivemos na cidade, em um período de pandemia, é bom frisar, 71.799 abstenções, o que significa 29,90% do eleitorado de Petrópolis. Este ano, domingo, foram 71.088 pessoas longe das urnas, o que representa 28,99% dos votantes. Vejam que é um declínio de apenas 0,91%, mesmo agora não tendo o medo da covid. Isso significa que a desilusão com a política está em crescimento e não em declínio. O número pode representar uma redução, mas aí entra o contexto.
No segundo turno aumenta
Petrópolis, que é recordista em abstenção, revela ainda um dado importante para os candidatos. Os ausentes nas urnas aumentam no segundo turno tradicionalmente. Em 2020, foram 71.799 pessoas que não votaram no primeiro turno, número que subiu para 85.621 no segundo turno, aquele entre Bomtempo e Bernardo. Vejam que são 13.822 pessoas a mais deixando de ir às urnas. Isso é importante.
Nem protestando mais
Os votos em branco e nulos significavam “protesto” contra o sistema, os candidatos, ou a descrença com a eleição. Este ano, neste primeiro turno em Petrópolis, houve uma redução deste tipo de voto. Foram 6.116 em branco e 9.891 nulos. Mas é para comemorar uma diminuição em relação ao primeiro turno de 2020, quando foram 8.962 em branco e 16.577 nulos? Não. Pode ser que as pessoas não se animaram nem mesmo a ir mostrar insatisfação.
Choro
O clima, como era de se esperar, é de velório na prefeitura – pelo menos entre os cargos em comissão. Mesmo sabendo, pelas pesquisas, da alta rejeição e da pouca chance de ir ao segundo turno, Bomtempo sentiu o baque. Foi fino nas redes sociais, agradecendo a votação e fazendo um balanço de realizações, mas está cheio de mágoas.
Tudo normal
Nas redes sociais, Bomtempo garantiu que encerra o mandato fazendo entregas: “a mudança que o povo pediu, em 2020, aconteceu e vai continuar até o final”, disse. E falta entrega para chuchu com obras iniciadas há pouco tempo e que precisam de definição.
Contagem
Petrópolis está há 1 ano e 149 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Divergências
Uma ala na campanha de Hingo Hammes defendia que ele caminhasse sozinho e que dispensasse um possível apoio de Blog e Leandro Azevedo neste segundo turno. Outra acreditava que era melhor ver primeiro o que a chapa dos Republicanos iria pedir para avaliar se valia a pena. Eis que ontem Blog anunciou apoio a Yuri. Ou Hingo não foi acolhedor à parceria, ou Blog teve atenção de Yuri. No ninho do Psol, outra discussão é sobre se vale a pena que referências da esquerda nacional deem uma força aqui. Ainda não há consenso.
Apoio dos eleitos
E não é só o apoio dos candidatos a prefeito derrotados – mas com expressividade – que interessa aos prefeitáveis que vão ao segundo turno. A força dos vereadores eleitos também conta. Mas aí é que pega. Vereadores da situação reeleitos já trocarão de barco antes mesmo da posse? Essa é a questão.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br