• Galípolo: há anos que projeções de crescimento vêm sendo revistas sistematicamente para cima

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  • 08/out 11:45
    Por Gabriel Hirabahasi, Célia Froufe e Cícero Cotrim / Estadão

    O diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado à presidência da instituição a partir de 2025, Gabriel Galípolo, reconheceu que há anos as projeções de crescimento do Brasil vêm sendo revistas “sistematicamente ao longo do ano para cima, surpreendendo positivamente em relação a crescimento”.

    “Esse ano não foi diferente. Existem diversos estudos que tentam explicar porque tem acontecido isso. Uma tendência é que o PIB potencial do Brasil teria sido elevado por reformas recentes, mas a mensuração do ganho de produtividade costuma ser mais difícil de apontar de forma evidente, é mais evidente no agro”, disse Galípolo durante sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira.

    Segundo Galípolo, “o próprio FMI fez uma revisão agora elevando o que se entende ser o PIB potencial”. O indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência do Banco Central afirmou que “existe uma correlação com a questão da política fiscal e o nível de atividade econômica, não apenas olhando o volume de estímulo fiscal, mas a composição fiscal qualitativa da política fiscal”.

    Ele argumentou que “sempre que isso acontece, a propensão a consumir tende a se elevar”. “Quando redistribui renda, tem um efeito para consumo e isso se adequa ao que a gente vem assistindo”, completou.

    Galípolo chamou de uma “modernização e adequação às melhores práticas” a mudança sobre as metas de inflação e lembrou que o Banco Central já trabalha com essa alteração de meta contínua. Ele ressaltou que a “inflação de 2024 é bastante relevante”, e reiterou que o um horizonte relevante do BC é mais à frente. Na última reunião do Copom, o horizonte na mira do BC foi o 1º trimestre de 2026.

    “O horizonte relevante que estamos olhando é mais para frente. Tem uma desancoragem que não foi alterada na última pesquisa Focus e que nos incomoda. Em conjunção com essas diversas variáveis – expectativas desancoradas, mercado de trabalho mais apertado, condições que parecem adversas de um câmbio que parece permanecer mais desvalorizado do que há um tempo atrás e uma economia crescendo acima das projeções originais – recomendaram maior prudência sobre a política monetária”, declarou.

    Galípolo foi questionado pela senadora Rosana Martinelli (PL-MT) se o Brasil está em dominância fiscal. Também foi questionado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) sobre se as críticas de Lula ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, foram justas.

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