• Proposta de transformar Rebio Tinguá em Parque Nacional preocupa ambientalistas

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  • 14/08/2019 10:30

    A proposta de transformar a Reserva Biológica do Tinguá em um Parque Nacional está preocupando entidades de proteção ambiental do estado. Para ambientalistas, a medida é uma ameaça à preservação da área, que abrange, além de Petrópolis, outros três municípios – Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Miguel Pereira. O Conselho Consultivo da Rebio Tinguá entregou um ofício à chefia da Reserva discordando da proposta e solicitando maior atenção à Rebio.

    A proposta de transformar a reserva em Parque Nacional é do deputado Luiz Antônio Teixeira (PP), que convocou uma audiência pública para debater a possibilidade da recategorização com o Conselho de Turismo, em Brasília. A audiência foi adiada e ainda não foi remarcada.

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    O biólogo Vitor Ferreira, do Instituto Pé de Planta, acompanha a situação da reserva em Miguel Pereira, onde fica a sede do instituto. Ele explica que, além das invasões, que são conhecidas no município – especialmente na Duarte da Silveira – a situação na Baixada Fluminense não é diferente. E o problema é ainda mais grave. “A Rebio está negligenciada pelo Governo Federal. A reserva está à merce da caça e do crime organizado na Baixada, que integra também o tráfico de animais silvestres”, diz.

    Para Ana Cristina Ribeiro, da AnimaVida, a proposta não tem embasamento técnico e visa apenas o lado político. “Não vejo como essa alteração afetaria diretamente a nossa região, mas há o risco de pessoas entrando lá pela Baixada Fluminense e não se sabe até que ponto podem avançar. Duque de Caxias está temerosa, porque a Prefeitura não tem condições de administrar as pessoas que entram. Nova Iguaçu já briga com a caça, os palmiteiros e invasores, que são um forte problema na região”.

    Os membros do Conselho Consultivo defendem que a disponibilização da área como parque vai gerar impactos severos a reserva e a população. “Já tivemos casos de focos de febre amarela e histórico de colera dentro da Rebio. Não sabe se a partir desse movimento de massa para dentro da reserva, que impactos isso pode causar”, pontua o biólogo.

    A preocupação é com a participação dos municípios na administração das áreas  da reserva em seus limites. Os membros relatam a falta de interesse dos municípios em participar e se inteirar das reuniões do Conselho. “Há uma ausência grande das prefeituras. Sem a presença dentro do cenário do conselho faz com que não tenha informação”, completa.

    O deputado Luiz Antônio justifica a proposta em razão da questão dos recursos hídricos em torno da unidade de conservação, das represas e aquedutos da época do Império, e que, segundo o deputado, funcionam em perfeitas condições. E a segunda justificativa é pela importância da reserva. A Rebio Tinguá foi classificada em 1993, como Patrimônio Natural da Humanidade, na categoria de Reserva da Biosfera, pelas Nações Unidas, via UNESCO.

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