Carille não vai à coletiva e auxiliar defende técnico: ‘Série B não favorece jogo vistoso’
Assim como já havia acontecido no empate com o Novorizontino, Fábio Carille foi vaiado e xingado pela torcida santista presente na Vila Belmiro, neste sábado, após a vitória da equipe alvinegra por 1 a 0 sobre o Operário-PR. O técnico não compareceu à coletiva de imprensa pós-jogo e, assim, coube ao seu braço direito, Leandro da Silva, conhecido como Cuquinha, explicar as opções da comissão técnica na partida e, principalmente, servir de escudeiro do treinador.
Leandro da Silva ressaltou a importância da vitória do Santos, que levou a equipe à liderança provisória da Série B do Brasileiro, e disse que a competição não favorece equipes mais técnicas.
“A vitória foi muito importante para recuperar a confiança, até pela sequência de empates em casa, e sair jogar fora de casa outra decisão. O jogo com o Goiás é a próxima decisão e vejo o grupo focado na vitória. O campeonato vai afunilando, faltam nove jogos, e procuramos conquistar os objetivos o quanto antes”, afirmou o auxiliar, referindo-se às igualdades com Novorizontino, Ponte Preta e Amazonas em confrontos recentes na Vila Belmiro.
“Hoje tivemos 45 recuperações de bola no meio de campo, principalmente com Schmidt e com o Pituca. A Série B é um campeonato de muito mais força, de contato do que técnico, não é tão vistoso. Fica um jogo de muita disputa, ganha, perde e dá essa impressão que o time perde muitas bolas no meio”, comentou.
Além do desempenho do time ter sido abaixo das expectativas, outra crítica da torcida a Carille é sua ausência na beira do campo. Contra o Operário, a permanência do técnico sentado no banco, em contraste com um agitado Rafael Guanaes, colega que comandava o clube paranaense, incomodou parte dos presentes no estádio.
“Durante o jogo, você consegue passar poucas informações aos atletas. Fica mais atento aos detalhes para ser pontual, ajustar posicionamento, orientar sobre alguma bola. São detalhes, mas todos ficam muito atentos”, explicou Cuquinha. “Muitas vezes, fica na beira do campo, mas não há necessidade de orientação, fica mais mais focado para corrigir os erros o quanto antes”, defendeu Leandro da Silva.
Apesar da relação estremecida entre Carille e os torcedores, o Santos se aproxima do acesso a cada jogo e ostenta o melhor ataque e defesa menos vazada da competição. Cuquinha enfatizou a parceria entre Gil e Jair no setor, que novamente esbanjou segurança.
“A gente fica feliz quando olha os números e vê a importância de mesclar juventude e experiência. O Gil e o Jair se ajudam. O Gil tem sido fundamental para o crescimento do Jair, passa confiança e tranquilidade e isso é valorizar a melhor defesa. Mas não são só os zagueiros, (a marcação) começa na linha de frente, fizemos bem o perde-pressiona. Isso nos deu a possibilidade de sofrer pouco atrás e sair sem tomar gol”, disse o auxiliar, mostrando preocupação com o excesso de jogadores pendurados no elenco – cinco titulares saíram ilesos contra os paranaenses.
“Estamos atentos aos cartões. Pedimos para o Rincón tomar (o amarelo) porque vai para ‘data Fifa’ (defender a Venezuela). Ele até lamentou não ter conseguido, mas acontece. Às vezes, força demais, toma o vermelho e acaba sendo até pior”, falou Cuquinha.