• Setembro Verde: número de famílias que aceitam doar órgãos cresce nos hospitais do estado

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  • 29/set 08:30
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis I Foto: Arquivo

    Neste “Setembro Verde”, mês dedicado a conscientização sobre a doação de órgãos, dados da Central de Transplantes do Rio de Janeiro, publicados pelo Registro Brasileiro de Transplantes, mostram que no primeiro semestre de 2024, o estado alcançou uma média de 27 doadores por milhão de população. O número está acima da média nacional, que é de de 19,9. Deste ano, até 2023, a taxa de negativa familiar para doação de órgãos diminuiu 15% no Rio, colocando o estado na terceira melhor colocação do Brasil.

    “A redução significativa da taxa de recusa familiar e o aumento no número de transplantes realizados no estado são frutos de um trabalho sensível e de grande capacitação dos profissionais. Cada transplante envolve muitas histórias de vida, com a generosidade do ato de doar das famílias enlutadas e a renovação para quem recebe o órgão”, declarou o governador Cláudio Castro.

    No primeiro semestre deste ano, a taxa de recusa familiar para doação de órgãos no estado foi de 32%. Nos últimos cinco anos, a taxa de negativa familiar para doação de órgãos caiu 15% no Rio. Ou seja, mais pessoas estão valorizando o gesto de doar.

    Caroline Alves é uma sobrevivente e ressalta a importância de campanhas como a do “Setembro Verde” para estimular essa tomada de decisão. Atualmente, exercendo a presidência da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), há nove anos, ela foi pega de surpresa pelo diagnóstico de insuficiência hepática fulminante, doença causada frequentemente por ativos de medicamentos ou vírus. Chegou ao hospital com má-digestão e pele amarelada, estado que em poucas horas progrediu para o coma. Com uma necessidade imediata de transplante de fígado, Caroline recebeu de uma família enlutada a nova chance de viver.

    “Quando acordei do coma, dois dias depois de dar entrada no hospital, me deparei com uma nova vida. Recebi um sim de uma família que não me conhece. Essa mesma família chorava pela perda de um ente, enquanto eu recuperava a minha vida, sou extremamente grata”, conta Caroline.

    Aumento de 25% nos transplantes

    Números do programa RJ Transplantes, da Secretaria de Estado de Saúde, revelam que, no primeiro semestre de 2024, foram realizados 486 transplantes de órgãos e tecidos. O número total de transplantes é 25% maior do que os realizados no mesmo período do ano passado, quando foram feitos 390 procedimentos.

    Além do aumento de transplantados, a quantidade de doadores também cresceu significativamente no estado. Segundo o RJ Transplantes, no primeiro semestre deste ano, foram efetivadas 217 doações de órgãos, um aumento de 15% em relação ao mesmo período em 2023, quando foram realizadas 188. Os órgãos mais captados foram: rim (293), fígado (151) e coração (19).

    “Estávamos nos despedindo da sétima pessoa da nossa família, mas estávamos naquele momento com o coração em paz por saber que meu neto, tão novo, ajudou a salvar mais de 50 vidas. Somos gratos a Deus por termos tido a possibilidade de ajudar a salvar outras vidas”, afirma Valéria de Assis Corrêa, avó de Guilherme Lima Corrêa, de 14 anos, que morreu num acidente de trânsito em Magé. Os médicos do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat) captaram coração, pulmões, rins, pâncreas, pele, osso e córneas do adolescente.

    O coordenador do RJ Transplantes, Alexandre Cauduro, explica que o sucesso do programa é consequência do grau de preparo da equipe médica e da gestão da Secretaria de Saúde. O resultado é fruto do amplo treinamento das equipes médicas da rede de doação do estado, que conta com 106 Comissões Intra-Hospitalares para doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) numa abordagem profissionalizada às famílias.

    “Os cursos são importantes, mas o olhar da secretaria vem mudando ao longo dos anos. A SES criou regras que garantem que os membros da comissão CIHDOTT sejam profissionalizados que atuam na área. Hoje eles se dedicam exclusivamente à doação de órgãos”, explica o coordenador Alexandre Cauduro.

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