• Historiador e escritor petropolitano lança seu mais novo romance nesta sexta, na Livraria Nobel, em Petrópolis

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  • Por Aghata Paredes | Foto: Arquivo Pessoal/Guilherme Muller

    Aos 32 anos, o historiador e escritor petropolitano Guilherme Müller, premiado com o “Asas de Ouro” na categoria suspense, já acumula oito livros publicados. Nesta sexta-feira (27), a partir das 17h, ele lançará seu mais novo romance pela Editora Literar, na Livraria Nobel, no Centro de Petrópolis. Intitulado “O Conclave”, a obra explora temas como o Santo Graal e os segredos da Igreja Católica, unindo história, mistério e filosofia.

    Em entrevista à Tribuna de Petrópolis, Müller revisitou sua trajetória literária e compartilhou que sua paixão pelos livros começou ainda na adolescência, inspirada especialmente pelas obras de J.R.R. Tolkien. “Foi ele quem me inspirou a estudar filosofia medieval e, consequentemente, me levou à criação de narrativas com bases históricas”, explicou. Entre suas influências estão “O Hobbit” (1937) e “O Senhor dos Anéis” (1954), obras que o marcaram profundamente. “Sempre fui fascinado pela mitologia do Santo Graal e dos cavaleiros templários, mas um livro que li na infância, “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” (1982), de Henry Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh, foi decisivo para me levar ao universo que hoje exploro neste meu novo romance.”

    Müller começou sua carreira literária em 2017, após se formar em História pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP). De lá para cá, seu interesse pela Idade Média e pelos mistérios religiosos serviu de base para a criação de várias de suas obras. “Acredito que todos os meus livros têm um viés historicamente político, e minha formação me ajudou muito a construir narrativas onde a história é a base”, explicou o autor, que também mencionou o professor Leandro Couto Carreira Ricon, de Teoria da História, como uma grande influência em seu processo criativo.

    Ambientado no futuro, no ano de 2872, “O Conclave” conta a história de Guilhermina e Januária, duas jovens estudantes de Teologia e Filosofia que se encontram em Roma, onde acabam descobrindo segredos antigos da Igreja Católica, incluindo questões sobre o Santo Graal e a descendência de Jesus Cristo. “Tentei revolucionar esse ambiente eclesiástico, trazendo personagens femininas para um espaço historicamente restrito às mulheres. Isso se deve muito à influência de minha mãe e minha avó, que foram figuras fortes em minha vida”, explicou Müller.

    Foto: Divulgação

    Na ocasião, o autor também contou um pouco sobre o seu processo de escrita literária, particularmente intenso. “Escrevo todos os dias, de manhã, tarde e noite. Esse ritmo me permite manter uma conexão profunda com os personagens. Quando termino um romance, me sinto órfão”, brincou. 

    Além de temas históricos e religiosos, o livro “O Conclave” também explora questões filosóficas sobre a criação artística. “Acredito que todo mito tem um fundo de realidade histórica. E se somos feitos à imagem do Criador, podemos também criar arte, assim como Ele fez”, ressaltou o petropolitano. 

    Entre suas outras obras, Müller destaca “A Queda do Fascismo”, seu primeiro romance policial, que lhe rendeu o prêmio “Asas de Ouro” em 2023. A obra, que tem como pano de fundo a cidade de Petrópolis, mistura ficção e história, abordando assassinatos fictícios em locais turísticos da cidade. “Foi um livro que me serviu de inspiração para continuar escrevendo sobre temas diversos. Acredito que a vida de um escritor é baseada na influência de múltiplas fontes”, comentou o autor.

    Além da literatura, Müller atuou como editor de artigos científicos sobre a história de Petrópolis, escritos por sua mãe – a historiadora Mariza Müller. Ele também editou os livros “A Imprensa no Segundo Reinado” (1840-1889) e “Os Portugueses na Formação de Petrópolis” (1836-2018), ambos disponíveis na Amazon. Em colaboração com Mariza, organizou o acervo documental da Igreja Luterana de Petrópolis, ficando responsável pela parte relacionada ao teólogo alemão Martinho Lutero, enquanto sua mãe cuidou dos aspectos referentes à cidade. O trabalho foi iniciado em dezembro de 2018 e concluído em março de 2019.

    A respeito do impacto da tecnologia na criação artística, especialmente com o advento da inteligência artificial, o petropolitano demonstra preocupação. “Vejo um problema grave na substituição do artista pela máquina. O ser humano deve continuar sendo o artífice de sua própria história”, opina o escritor, citando a influência de artistas como Salvador Dalí, cujas obras foram guiadas pelas teorias do inconsciente de Freud.

    Questionado sobre a expectativa para o lançamento, o petropolitano não esconde a alegria. “Sempre sonhei em lançar um livro na Livraria Nobel, que é um lugar especial para mim. Depois das tragédias que a cidade enfrentou, ver os livros jogados pelas calçadas foi algo que me tocou profundamente. Agora, lançar meu romance aqui, neste espaço acolhedor, é uma honra imensa”, conta. Durante o evento, “O Conclave” estará à venda pelo valor promocional de R$30.

    Sobre “O Conclave”

    No ano de 2872, no Brasil, um bebê foi abandonado na porta de um mosteiro onde viviam diversos franciscanos. A menina se desenvolveu muito bem entre todos aqueles homens, que ela considerava como pais. Contudo, os frades contavam à menina que ninguém nunca havia conseguido encontrar seus pais biológicos, o que era uma fonte de extrema tristeza em seu coração.

    Enquanto isso, em Coimbra, em Portugal, uma família sem condições financeiras decidiu ceder sua única filha para que ela pudesse se tornar uma freira.

    Os anos foram passando, e as duas meninas resolveram continuar seus estudos em Teologia e Filosofia no Vaticano, sob as orientações do Papa. Mas o que elas não podiam imaginar era que, ao chegar ao local, as lendas sobre o Santo Graal, os cavaleiros templários e a descendência real de Jesus de Nazaré e de Maria Madalena, que sempre leram desde crianças, pudessem ser verdade, gerando diversas consequências para a própria Igreja Católica.

    Como a Igreja Católica reagirá a todas essas revelações? Qual será o papel dessas duas meninas na Igreja Católica? Como os fiéis reagirão ao descobrirem que tudo em que acreditaram por séculos e mais séculos de história pode estar à prova de contestações? Essas e outras perguntas serão respondidas ao longo desse romance histórico.

    Sobre o autor 

    Guilherme Müller é historiador e escritor, formado pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), e especialista em História da Arte pela Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia (EBAC). Desde 2017, publicou oito romances que mesclam ficção e fatos históricos, com foco na Idade Média e em questões filosóficas. Ele é reconhecido por seu trabalho em obras como “A Queda do Fascismo”, premiado na categoria suspense pelo “Asas de Ouro”, e “Rebeldes à Deriva”, ambas publicadas tanto no Brasil quanto em Portugal.

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