• Dia Nacional do Surdo: 56 mil petropolitanos podem ter algum tipo de perda auditiva

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  • 26/set 17:49
    Por Enzo Gabriel | Foto: Cyntia Veras/Governo do Piauí

    O dia 26 de setembro marca a celebração do Dia Nacional do Surdo, como parte do Setembro Azul, mês da conscientização da surdez. De acordo com o World Report on Hearing, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima o número de pessoas com perda auditiva, Petrópolis teria mais de 56 mil habitantes com algum grau de perda, seja leve, moderada, severa ou profunda.

    “O documento da OMS mostra que existem mais de 1,5 bilhão de casos de perda auditiva no mundo, ou seja, cerca de 20% da população mundial. Se a gente traz a estimativa para a nossa cidade, temos cerca de 56 mil pessoas com algum grau de perda. Quando olhamos para a Região Serrana como um todo, apenas nos três maiores municípios (Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo), temos cerca de 13 mil pessoas vivendo com uma perda auditiva moderadamente severa a profunda, o que gera muito impacto na qualidade de vida e grandes déficits de comunicação”, explica o otorrinolaringologista Denis Rangel.

    O médico também fala sobre a forma como a perda auditiva é enxergada.

    “A surdez é considerada uma deficiência invisível. É muito comum que exista uma certa resistência na reabilitação auditiva. Isso é muito interessante, já que quando pensamos em doenças sensoriais, como dificuldade para enxergar, as pessoas não têm muitos problemas em utilizar óculos. No entanto, quando falamos de aparelho auditivo ou de próteses auditivas implantáveis, é comum que questionem a respeito da questão estética, mesmo a perda auditiva sendo muito mais evidente do que o uso de um aparelho”.

    “Apesar do Setembro Azul não ser tão conhecido e valorizado, o dia 26 é muito importante por ser o Dia Nacional do Surdo, em razão de ser a data de fundação do Instituto Nacional de Surdos, que fica em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, o que foi muito representativo para a comunidade como um todo. Então buscamos a conscientização da população para que entendam a importância da saúde auditiva”, conta Denis, sobre a conscientização do tema.

    O médico também lembra sobre a importância da comunicação em Libras e das dificuldades enfrentadas pela população surda.

    “Aqui no Brasil temos a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Existe uma grande luta pelo reconhecimento da comunidade surda não oralizada em relação à importância do tema e às lutas que vivem na sociedade. Temos que lembrar que um surdo não oralizado tem muitas limitações. Uma pequena parcela da população se comunica por Libras. Então, coisas simples como ir ao supermercado ou na farmácia são coisas muito mais difíceis. Para nós, que trabalhamos com surdez e perda auditiva, lembramos sempre da importância de ouvir bem. A perda auditiva está associada ao isolamento social, depressão e até demência. Quando falamos de tratamento, estamos falando sobre reabilitação, seja com aparelho auditivo convencional, cirurgias como um todo ou para próteses implantáveis”, conclui.

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