• Bolsas da Europa operam com viés negativo no começo de semana que prevê decisões de Fed e BoE

  • 16/set 06:59
    Por Estadão

    Por André Marinho

    São Paulo, 16/09/2024 – As bolsas da Europa oscilam com viés negativo nas primeiras horas de uma semana que será marcada por decisões de juros nos Estados Unidos e no Reino Unido. A agenda relativamente esvaziada no exterior mantém investidores hesitantes em firmar direcionamentos mais convictos.

    Por volta das 06h50 (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,11%, a 515,40 pontos.

    Dados de inflação haviam consolidado a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) abriria o ciclo de relaxamento monetário com um corte de 25 pontos-base nos juros na quarta-feira. No entanto, reportagens do The Wall Street Journal e do Financial Times pintaram um quadro de indecisão no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) e embaralharam as apostas do mercado.

    Nesta manhã, a curva futura precificava cerca de 60% de chance de o Fed optar por uma redução de meio ponto porcentual na taxa básica, conforme monitoramento do CME Group. Mas analistas ainda enxergam um cenário incomum de incertezas na véspera do primeiro dia da reunião da autoridade monetária.

    O Societe Generale ainda espera um primeiro passo mais comedido no processo de afrouxamento, mas reconhece o risco de que o mercado “force a mão” do Fed por um alívio agressivo. Amanhã, as leituras de agosto de produção industrial e vendas no varejo dos EUA podem fornecer pistas nesse sentido, de acordo com a análise.

    Do outro lado do Atlântico, o Banco da Inglaterra (BoE) deve preservar os juros básicos em 5% na quinta-feira, depois de ter cortado no mês passado, segundo o Goldman Sachs. O banco americano explica que a comunicação recente da instituição monetária aponta para uma abordagem cautelosa no ritmo de alívio das condições.

    Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Peter Kazimir afirmou hoje que a decisão de baixar a taxa básica na semana passada foi “apropriada”, mas ponderou que os riscos de inflação ainda persistem. Por isso, Kazimir argumenta que o BCE deve esperar até dezembro para voltar a reduzir os juros.

    Entre ações individuais, Assicurazioni Generali avançava 2,19% em Milão, depois que o Jefferies elevou de “manter” para “compra” a recomendação da seguradora, diante do perfil de baixo risco e rápido crescimento da companhia. Em Paris, Rexel saltava 9,75%, após a distribuidora de equipamentos elétricos rejeitar oferta de compra pela QXO, do bilionário Brad Jacobs.

    UniCredit subia 1,59% e Commerzbank perdia 0,58% em suas respectivas bolsas, ainda de olho nas discussões sobre uma potencial fusão. O CEO da instituição italiana, Andrea Orcel, disse ao jornal Handelsblatt que uma combinação poderia adicionar valor aos dois grupos financeiros.

    No horário citado acima, a Bolsa de Londres subia 0,10%, Frankfurt caía 0,34% e Paris perdia 0,06%. Lisboa recuava 0,26%, mas Milão ainda subia 0,20%. No câmbio, o dólar avançava a US$ 1,1120 e a libra, a US$ 1,3185. Na renda fixa, os juros dos Bunds alemães operavam em alta, mas os dos BTPs italianos caíam.

    Contato: andre.marinho@estadao.com

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