• Ibovespa tem dia de pouca oscilação, em alta de 0,29%, aos 136,5 mil pontos

  • 05/set 17:46
    Por Luís Eduardo Leal / Estadão

    Após alta de 1,31% no dia anterior que o recolocou aos 136 mil pontos – apenas um degrau abaixo do pico histórico de fechamento, em 28 de agosto -, o Ibovespa teve uma quinta-feira de acomodação, em que flutuou menos de 700 pontos entre a mínima (135.959,32) e a máxima (136.656,04) da sessão. Dessa forma, saindo de abertura aos 136.111,93 pontos, encerrou com leve ganho de 0,29%, aos 136.502,49 pontos, em dia de giro moderado a R$ 18,1 bilhões. Na semana e no mês, o índice da B3 avança 0,37%, colocando a alta do ano a 1,73%.

    A sessão também foi de variação contida para os principais índices de ações em Nova York, entre -0,54% (Dow Jones) e +0,25% (Nasdaq) no fechamento. Por aqui, o dólar à vista caiu 1,22%, a R$ 5,5711, e a curva de juros doméstica também cedeu terreno, em linha com o observado nos rendimentos dos Treasuries, lá fora.

    Na B3, ambas as ações de Petrobras seguiram em baixa (ON -0,59%, PN -0,62%) nesta quinta-feira – a terceira sessão de queda consecutiva para os preços do petróleo. Por outro lado, o dia foi positivo para Vale (ON +0,72%) e para a maioria dos grandes bancos, à exceção de Santander (Unit -0,57%). Além de Petrobras, a sessão em geral foi negativa para o setor de utilities, com Eletrobras ON (-0,73%) à frente. Na ponta perdedora do Ibovespa, Assaí (-3,91%), Azul (-3,66%) e Minerva (-2,83%). No lado oposto, IRB (+6,14%), MRV (+5,99%) e Natura (+3,55%).

    “Foi um dia de agenda local um pouco vazia, com destaque lá fora para a leitura da ADP sobre geração de vagas de trabalho nos Estados Unidos, abaixo das expectativas, na véspera dos dados oficiais, do payroll, referentes a agosto. Mercado de trabalho mais fraco nos Estados Unidos reforça a expectativa, e as apostas, por um corte de juros mais agressivo por lá, em setembro”, observa Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, destacando a reunião de política monetária do Federal Reserve, nos próximos dias 17 e 18.

    Nesse contexto, o mercado local fica em “compasso de espera”, aguardando também a deliberação do Banco Central sobre a Selic. “Mercado bem devagar, com giro também light, suavizado na sessão”, acrescenta.

    “Movimento natural de leve alta para o Ibovespa na sessão, com dólar em baixa assim como a curva do DI, nos vencimentos curtos como também nos longos”, resume Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, enfatizando em especial o ajuste mais intenso nos vencimentos longos do que nos curtos, acompanhando o movimento dos Treasuries baseado na expectativa para o Fed. “Dados do dia no exterior vieram não muito fora do consenso, e o do PMI, acima do esperado, contribui para afastar receio de recessão nos Estados Unidos.”

    “O fluxo comprador no Ibovespa permanece forte, mesmo com expectativa de alta da Selic”, diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. “O movimento dos Treasuries reflete a percepção dos investidores” cada vez mais inclinada a um corte de 0,50 ponto porcentual, e não apenas de 0,25 ponto, na taxa de juros dos Estados Unidos nesta reunião do Fed em setembro, acrescenta Fernandes – o que ampara rotação de carteira que tende a favorecer destinos como o Brasil entre os mercados emergentes, aponta o especialista.

    Contudo, no mês de setembro até a terça-feira, 3 – ou seja, no agregado das duas primeiras sessões do mês -, houve retirada de R$ 334,605 milhões, resultado de compras de R$ 18,944 bilhões e vendas de R$ 19,278 bilhões por investidores estrangeiros. Em agosto, a B3 registrou fluxo líquido positivo de R$ 10 bilhões – foi apenas o segundo mês de ingresso líquido de recursos estrangeiros na Bolsa brasileira em 2024. No ano, até o dia 3 de setembro, o capital externo está negativo em R$ 26,892 bilhões na B3.

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