• Queda em NY dificulta alta do Ibovespa por minério e Vale, após IPCA-15 dentro do previsto

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  • 27/ago 11:33
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O Ibovespa abriu o pregão desta terça-feira, 27, no zero a zero, na faixa dos 136 mil pontos, após ter fechado com nova marca histórica de pontuação ontem, aos 136.888,71 pontos, em elevação de 0,94%. O viés de baixa das bolsas de Nova York, depois de ganhos recentes dificulta o Índice Bovespa de trilhar um rumo. Por ora, o Índice Bovespa variou apenas 453 pontos entre a máxima e a mínima (137,1 mil pontos e 136,6 mil pontos).

    “Temos uma abertura bem diferente da vista ontem – em alta por conta do avanço do petróleo e das ações da Petrobrás. Hoje, os papéis da Petrobrás corrigem um pouco e os da Vale avançam”, pontua.

    Para Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, completando que pode ocorrer uma correção do Ibovespa moderada hoje ou oscilações contidas.

    A agenda externa é esvaziada e os investidores mantêm expectativa para iminente corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), dado que indicadores recentes esfriaram temores de uma recessão nos EUA, antes da divulgação do balanço da Nvidia, amanhã, e do índice de inflação PCE do país, na sexta-feira.

    Aqui, os investidores repercutem a valorização de 3,34% do minério de ferro em Dalian, na China, e o anúncio do nome do novo presidente da Vale. A empresa comunicou ontem à noite que o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da companhia, Gustavo Pimenta, foi escolhido para substituir Eduardo Bartolomeo como CEO a partir de 1º de janeiro.

    “Tivemos algumas semanas conturbadas por conta da pressão do governo para indicar um nome para a presidência da Vale. Como foi escolhido um executivo da própria empresa, que é bem relacionado com o mercado e não há sinais de influência do governo, é algo bem visto”, avalia Moreira, da One Investimentos.

    Ao mesmo tempo, o mercado avalia a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) a 0,19%, conforme a mediana das expectativas, após alta de 0,30%. Ainda houve arrefecimento em serviços e serviços subjacentes na margem, algo bastante acompanhado pelo Banco Central em suas decisões de política monetária. Porém, avançaram na comparação em 12 meses.

    Desta forma e em meio à desancoragem das expectativas inflacionárias, isso pode ser insuficiente para apagar as apostas de alguns de elevação da taxa Selic em setembro.

    Segundo a economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, por estar em linha com o consenso e com a inflação de serviços subjacente resistente, não deveria afetar a expectativa de juros do mercado. “Na minha opinião não vejo a inflação bem comportada divulgada hoje afetando as expectativas do mercado sobre o ciclo precificado de alta de juros”, diz.

    O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, pontua que o IPCA-15 entrou em processo de arrefecimento e diz esperar preliminarmente deflação de 0,06% para o dado fechado deste mês. “Assim, reforçamos nossa expectativa de que o IPCA de agosto, a ser divulgado em 10 de setembro, contribuirá para a manutenção da Selic em 10,50% no dia 19 de setembro”, cita Sanchez em nota.

    Às 11h07, o Ibovespa tinha queda de 0,08%, aos 136.782,47 pontos. As ações da Petrobras tinham recuo acima de 1,50% e as da Vale avançavam 2,12%.

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