• In Memoriam, Speculum Justice

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  • 27/ago 08:00
    Por Fernando Costa

    No escrínio de meu coração guardo entre minhas recordações o ano de 1984, quando fui surpreendido pelos queridos amigos e confrades Octávio de Moraes, Paulo César dos Santos e Jaques Lucien de Burllet com a indicação de meu nome ao preenchimento da vaga da cadeira número 22, da Academia Petropolitana de Letras, patronímica de Raul de Leoni, ocorrida pelo falecimento do insigne poeta Sylvio Júlio de Albuquerque Lima.

    Eleito em 2 de fevereiro de 1985 fui empossado no dia 17 de maio do mesmo ano nos salões do Tribunal do Júri no antigo Fórum local repleto em flores, luzes, familiares, amigos, confrades e autoridades.

    O centenário panteão está a celebrar 102 anos de profícua existência.

    Fotos: Arquivo pessoal

    O insigne mestre, jornalista e grande orador Dr. Octávio pronunciou eloquente o discurso de recepção em minha posse, portanto, ele, Paulo e Jaques, padrinhos aos quais dedico carinho e gratidão.

    Hoje, em perfunctória síntese traçarei alguns matizes da biografia de Octávio e, oportunamente discorrerei sobre  os demais aqui louvados neste memorial.

    Foto: Arquivo pessoal

    Doutor Octávio Leopoldino Cavalcanti de Moraes, símbolo e Espelho de Justiça foi ornado pela retidão e integridade.

    Luminar do Direito honrou a nobre classe dos Advogados. Trarei à luz, no entanto, pálida ideia para que os jovens de hoje e profissionais do amanhã, espelhem-se nas raízes, na cultura, nos exemplos e na integridade deste Ilustre Brasileiro.

    Foto: Arquivo pessoal

    Dr. Octávio conquistou larga folha de serviços prestados ao Órgão Público Federal. Exerceu as funções de Promotor de Justiça da Comarca de Caruaru, Pernambuco.

    Sua trajetória política foi vitoriosa, inúmeras são suas condecorações, citando apenas como exemplo a Medalha do Marechal Souza Aguiar e o Título de Cidadão Petropolitano. Era combativo Jornalista cujo brilho foi reconhecido por seus incontáveis leitores.

    Octávio de Moraes integrou às mais abalizadas Instituições Culturais a exemplo da centenária Academia Petropolitana de Letras.

    Foto: Arquivo pessoal

    Mas Dr. Octávio notabilizou-se de forma consagradora, não tenho dúvida, foi no Tribunal do Júri. Constituiu-se um dos mais célebres Advogados brasileiros com citações em obras e na imprensa de acústica internacional.

    Soube ele oferecer as flores da bondade, da sapiência, da lealdade, do caráter irretocável, da cultura e da persistência.

    Relembro, inclusive, o dia 26 de agosto de 1986 nos mesmos Salões do Tribunal do Júri onde Dr. Octávio realizou memoráveis atuações durante sua impecável jornada, (1º Presidente da O.A.B. Petrópolis) sempre atuante e combativo, na incansável missão de Apóstolo da Justiça, norteando-se ao pleno exercício do Direito e da Cidadania, na luta incessante pela paz e bem estar social; nesse dia não subiu à Tribuna para defender a vítima do arbítrio, da injustiça, mas para um belo momento: o lançamento da obra de sua lavra: “Ecos da Segunda Grande Guerra Mundial”.

    Foto: Arquivo pessoal

    No livro de memórias ele nos presenteou com o que leu, viu, viveu, sentiu e escreveu…

    Essa publicação foi de grande valor histórico, didático e de vivência.

    O leitor pode em suas páginas perceber a retórica, a semântica e o veio poético desse luminar terno e eterno. Dr. Octávio Leopoldino Cavalcanti de Moraes, de invejável percuciência e acuidade, de brilhante oratória, consubstanciado na inigualável Criatura de Deus de quem eu e Célio Barbosa incluimo-nos entre os agraciados com seu benquerer.

    Recebemos as lições de um mestre, o carinho como se fosse de um pai e de amigo.

    Fotos: Arquivo pessoal

    Foi, na verdade, um privilégio. E este mesmo pensamento era o do querido e pranteado Desembargador Alédio Vieira Braga, que inúmeras vezes a mim falou da consideração a nosso Patrono Octávio. Sim, pertencer ao seleto grupo de amigos de Octávio era uma bênção.

    Ele é imortal, assim eu creio, porque o próprio Jesus Cristo ressurgiu e venceu a morte, legando-nos a certeza da vida eterna. Por isso ele é eterno em nossa afeição, nos exemplos que deixou, no bem que espalhou e por onde passou deixou um rastro de luz que incandesce até hoje qual sarça ardente. Com ele, descansa sua esposa a Senhora Maria de Lourdes.

    Foto: Arquivo pessoal

    E junto aos encômios, dirijo as homenagens a sua Ilustre Família na pessoa dos Drs. Felinto L. de Moraes, (in memoriam) Marta Marins Ribeiro Moraes e de seus queridos filhos Octávio, Alexandre e Rodrigo, todos os Advogados que honram a toga e fazem jus ao podium e à glória por suas virtudes e reconhecidos méritos.

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