• Trabalho do BC é puxar expectativas para lado certo, afirma diretor do BC

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  • 22/ago 12:09
    Por Célia Froufe e Cícero Cotrim / Estadão

    O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, reiterou nesta quinta-feira, 22, que as expectativas de inflação do mercado financeiro estão desancoradas e que o trabalho da autoridade monetária é “puxá-las” para o lado certo, já que elas são relevantes para a formação dos preços. “Já comentei no passado que uma expectativa desancorada é como se fosse um farol para o lado errado: você vai levando os preços para um outro lado e você tem de puxar de volta os preços, para menos”, afirmou, em evento organizado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio.

    Guillen disse que existe um debate sobre as causas da desancoragem, mas ressaltou que esse motivo é irrelevante do ponto de vista da política monetária. “Qualquer que seja a causa, você tem de combater isso para conseguir levar a inflação para a meta”, afirmou.

    O diretor repetiu que não há relação mecânica entre a taxa de câmbio e a condução dos juros pelo BC, mas destacou que a autoridade monetária quer observar como a cotação do dólar vai afetar as expectativas.

    Guillen disse ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) mencionou que “monitora com atenção” os desenvolvimentos da política fiscal porque, usualmente, ela tem impacto na demanda agregada.

    “Então, vai puxar a inflação, vai puxar a atividade para cima. E o que acontece, quando você tem um país com dívida elevada, é que você tem um impacto via condições financeiras”, afirmou o diretor.

    Ele acrescentou que, nas últimas duas reuniões, o questionário pré-Copom (QPC) captou uma piora da percepção fiscal dos agentes econômicos.

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