• Ibovespa corrige parte dos ganhos após 3 recordes, em meio à cautela com juros

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  • 22/ago 11:48
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O Ibovespa dá na manhã desta quinta-feira, 22, uma pausa das elevações e pontuações históricas recentes, diante da falta de motivadores, em dia de agenda esvaziada e a incertezas principalmente com os juros no Brasil. Após alta, as bolsas norte-americanas passara a cair por volta das 11 horas, enquanto as europeias desaceleravam o ritmo de elevação, após a divulgação de dados de atividade e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

    “É um dia relativamente vazio em termos de agenda, de novidades após um pregão positivo ontem muito por conta da comunicação do Fed na ata, reforçando proximidade do corte dos juros nos Estados Unidos”, diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

    Como ressalta Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, os mercados emergentes como um todo estão corrigindo de altas recentes. Segundo ele, desde terça-feira, em meio a falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o mercado local opera meio que na contramão do exterior. Ao o Globo, na ocasião, disse Campos neto: “é importante ter calma, ter cautela nos momentos de muita volatilidade.”

    Agora, afirma Ashikawa, ficam as expectativas pelos discursos do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, hoje, e do presidente do Fed, Jerome Powell, amanhã, em Jackson Hole. “Os mercados estão no aguardo de comunicados, sinais dos bancos centrais.”

    Há pouco, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, disse que a ata do último Comitê de Política Monetária (Copom) continua refletindo adequadamente o seu diagnóstico sobre a economia. Segundo ele, um ponto relevante segue sendo a “coesão” dos membros do colegiado.

    Embora tenha mantido sua projeção de Selic em 10,50% ao ano no Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro, o Banco Inter reconhece que a chance de um aumento se elevou. “O risco de uma elevação da Selic na próxima reunião ainda é considerável, uma vez que a inflação corrente surpreendeu nas últimas leituras, puxada pelos preços de serviços, e a expectativa se mantém acima da meta em 2025”, afirma em relatório.

    Apesar da recuperação do petróleo, com altas acima de 1,00%, as ações da Petrobras cedem, bem como das ligadas ao minério de ferro. A commodity fechou com valorização de 0,41% em Dalian, na China, nesta quinta-feira.

    Ontem, o Ibovespa fechou em alta pela terceira sessão consecutiva e também renovou pontuação histórica pelo terceiro pregão seguido. Registrou valorização de 0,28%, encerrando aos 136.463,65 pontos.

    “Nominalmente, está nas máximas históricas. E o que ditou foi um cenário mais benigno nos Estados Unidos, o que favorece o Brasil. A inflação americana está desacelerando gradualmente e a economia, também, não é acentuada a ponto de causar uma recessão. Isso favorece mercados de países emergentes como o Brasil”, explica Renato Nobile, gestor da Buena Vista.

    E a Receita Federal informou que a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 231,044 bilhões em julho de 2024, uma alta real (descontada a inflação) de 9,55% na comparação com o resultado de julho de 2023. O resultado veio praticamente no teto das estimativas das instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, que apontava que a arrecadação do mês ficaria dentro do intervalo de R$ 207 bilhões a R$ 231,9 bilhões. A mediana das expectativas era de R$ 224,85 bilhões.

    Às 11h26, o Ibovespa caía 0,70%, aos 135.514,35 pontos, ante máxima aos 136.462,18 pontos, com variação zero – mesmo nível da abertura. As ações da Vale cediam 0,33%, mas Gerdau PN perdia mais (-2,06%). Petrobrás tinha recuo entre 0,27% (PN) e 0,65% (ON). Os papéis de grandes bancos também operavam em baixa, sendo a maior de 1,29% (Banco do Brasil).

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