• Morre Silvio Santos, apresentador ‘peitou’ Globo com programas e transmissões no SBT

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  • 17/ago 12:00
    Por Estadão

    Silvio Santos, que morreu neste sábado, aos 93 anos, deixa um legado de investimentos no esporte, tanto nas transmissões do SBT, quanto em patrocínios aos clubes brasileiros. Desde investimento na compra dos direitos das competições para que a emissora possa transmitir e ‘peitar’ a Globo, criação de torneios do zero, até ser ‘agraciado’ ao ter a logomarca do SBT estampada de graça na final do Campeonato Brasileiro de 2000, o Estadão relembra o marco que o apresentador deixou no esporte brasileiro.

    Torcedor declarado do Fluminense – nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, como Senor Abravanel, em 12 de dezembro de 1930 -, Silvio Santos não poupou esforços para investir no esporte em sua emissora. Ao longo da história, o apresentador e dono do SBT rivalizou com a Globo e adquiriu os direitos de transmissão das Olimpíadas de 1984 e 1996, além das Copas do Mundo entre 1986 e 1998.

    Antes de se tornar dono do SBT em 1981, no entanto, ele teve uma experiência profissional na própria Globo. Em 1975, ganhou a concessão de um canal de TV aberta no Rio de Janeiro, a TVS, que se tornaria posteriormente o SBT.

    Além dos dois principais eventos esportivos do mundo, o SBT rivalizou com as demais emissoras brasileiras nos anos 1980 e 1990. No canal, foram transmitidos a Copa do Brasil – que registrou, em 1995, 54 pontos de Ibope – e a Fórmula Indy, também em 1995. Silvio Luiz, Osmar de Oliveira e Luciano de Valle, narradores icônicos do futebol brasileiro, foram alguns dos nomes que marcaram a transmissão do esporte na emissora.

    Foi pioneiro também na transmissão e criação da Copa dos Clubes Brasileiros Campeões Mundiais, popularmente conhecida por Copa dos Campeões Mundiais. Organizado pelo SBT com a autorização da CBF e da Ferj, foi jogada de 1995 a 1997, entre os clubes brasileiros campeões mundiais – São Paulo, Santos, Grêmio e Flamengo.

    Nos dois últimos anos, ele constou oficialmente no calendário da CBF.Nos últimos anos, o SBT retomou o investimento em esportes, com a transmissão da Copa Sul-Americana, Libertadores, Champions League, Europa League e Copa do Nordeste. Além disso, chegou a conversar com os grupos que formam a nova Liga para adquirir direitos do Campeonato Brasileiro, mas as conversas não avançaram.

    ‘PATROCÍNIO’ NA CAMISA DO VASCO

    Em 2001, na final da Copa João Havelange, o Vasco entrou em campo para a decisão contra o São Caetano estampando a logomarca do SBT em sua camisa. Silvio Santos e a emissora, no entanto, não tiveram influência nesta decisão da diretoria cruz-maltina.

    Eurico Mirando, presidente do Vasco, estava insatisfeito com a cobertura da Globo, que transmitia a competição com exclusividade, sobre a queda do alambrado de São Januário, em jogo realizado em 30 de dezembro do ano anterior. A partida foi interrompida e retomada em 18 de janeiro, no Maracanã. As camisas com a marca do SBT, portanto, foram feitas exclusivamente para aquele jogo.

    A própria emissora não tinha ciência de que a ação seria feita. Fernando Pelegio, diretor do SBT na época, afirmou ao documentário “A Mão do Eurico” que achava que estava “louco” ao ver a emissora estampando a camisa do clube carioca. “Eu não sei se na Globo acreditam que a gente não sabia, mas realmente não sabíamos de nada”, disse.

    INVESTIMETNO NO CORINTHIANS

    Ele morre no mesmo dia que Fluminense e Corinthians se enfrentam pelo Campeonato Brasileiro. Enquanto cresceu como torcedor tricolor, Silvio Santos teve no time alvinegro um parceiro para a emissora e exposição de suas marcas. Em seus programas, ele cantava marchinhas do clube paulista, como “Doutor, eu não me engano”, e dizia que o SBT era “Corinthiano”.

    “Ronaldo, vem investir aqui. A Globo tá muito milionária. A Record, é palmeirense. A Band, é são-paulina. E o SBT é Corinthians!”, brincou o apresentador durante um de seus programas. Na década de 1980, também divulgou o Carnê Corintião na programação do SBT, que tinha como objetivo a construção do estádio do clube. Em 2009, patrocinou o clube com exibição as logomarcas das empresas Baú, Telesena e PanAmericano.

    “Sempre irreverente, nunca escondeu sua paixão pelo Timão. Doutor, eu não me engano, meu coração é corinthiano”, lamentou o clube, após a morte do apresentador.

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