• Veterinário orienta sobre cuidados com animais de estimação durante o inverno

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  • Por Aghata Paredes

    Com a chegada do inverno, os tutores precisam intensificar os cuidados para assegurar o bem-estar de seus pets. As baixas temperaturas podem afetar diretamente a saúde e o conforto dos animais, tornando necessários cuidados especiais com a alimentação e o ambiente. Em entrevista à Tribuna de Petrópolis, o médico-veterinário Felipe Filgueiras Facklam, especialista em Medicina de Animais Selvagens e Exóticos, destacou medidas essenciais para proteger os animais durante essa estação.

    “É fundamental manter o ambiente aquecido e livre de correntes de ar, além de oferecer camas acolchoadas e cobertores”, orienta Facklam. O veterinário ainda ressalta a importância de expor os animais ao sol, especialmente nas primeiras horas da manhã, para aproveitar o calor natural. “Além disso, evite banhos frequentes, pois eles podem remover a oleosidade natural da pele, tornando o pet mais suscetível ao frio. Quando o banho for necessário, use água morna e seque bem o animal”, explica.

    Durante o inverno, é importante manter os animais ativos, mesmo com as temperaturas mais baixas. A atividade física ajuda a preservar a saúde dos pets, contribuindo para o fortalecimento do sistema imunológico e prevenindo o ganho de peso, que pode ser comum nessa época do ano devido à menor disposição para se movimentar. Exercícios leves, como caminhadas curtas para cães ou brincadeiras em ambientes internos para gatos, são recomendados. “Mesmo dentro de casa, essas atividades ajudam a manter os animais aquecidos e saudáveis”, conclui.

    No caso de roedores, como hamsters e porquinhos-da-índia, é importante ficar atento à temperatura do ambiente. “Os tutores devem fornecer materiais como papel picado, feno ou tecidos para que os roedores possam se aninhar e se manter aquecidos. Meias velhas também são uma ótima opção. Além disso, é importante posicionar as gaiolas longe de correntes de ar e em locais com temperaturas mais estáveis, como salas de estar, evitando cozinhas, banheiros e áreas de serviço”, orienta o veterinário. Para garantir um ambiente adequado, o especialista recomenda manter as gaiolas longe do chão e usar tapetes para ajudar no isolamento térmico. “Use um termômetro para garantir que a temperatura do ambiente esteja adequada. O ideal é ficar entre 18°C e 24°C”, orienta.

    Foto: Unsplash

    Para os pássaros, especialmente as calopsitas, os cuidados são outros. “Cobrir a gaiola à noite com um pano grosso pode ajudar a manter o calor, mas é necessário garantir ventilação adequada. Além disso, não deixe a calopsita na escuridão total, pois isso pode causar pânicos noturnos”, explica. Em climas muito frios, o uso de lâmpadas de aquecimento específicas para aves é uma opção segura e eficiente, segundo o veterinário. “Também é importante garantir que a água esteja sempre disponível e que não esteja muito fria”, recomenda.

    Identificar sinais de desconforto térmico nos pets é fundamental para agir a tempo. “Animais que se encolhem, mantêm uma postura contraída ou têm a pelagem e penas eriçadas podem estar tentando se aquecer”, explica o especialista. Letargia, ou seja, a falta de energia e a redução da atividade física, também pode ser um indicativo de que o animal está sentindo frio.

    Foto: Divulgação

    A alimentação é outro aspecto que requer ajustes no inverno, segundo Felipe Facklam. Para cães e gatos, pode haver um aumento na demanda calórica, mas é importante ajustar as porções de acordo com o nível de atividade do animal, para evitar o sobrepeso. “Alimentos mais ricos em calorias podem ser considerados. Nesta época, os animais tendem a ficarem menos ativos”, ressalta. “Já para roedores e pássaros, não é necessário mudar drasticamente a dieta, mas é importante oferecer alimentos ricos em nutrientes e garantir a presença de vitaminas para fortalecer o sistema imunológico”, explica.

    Segundo o veterinário, a exposição prolongada ao frio pode representar sérios riscos à saúde dos animais, incluindo problemas respiratórios, hipotermia e agravamento de condições articulares, especialmente em pets idosos. “Temperaturas muito baixas podem afetar o sistema imunológico, tornando os animais mais vulneráveis a doenças sazonais. Além disso, ambientes frios e úmidos podem gerar desconforto, causando letargia e até dificuldade de locomoção. O tutor deve garantir que o ambiente interno esteja bem isolado e monitorar qualquer sinal de desconforto nos animais”, alerta.

    Felipe Facklam também reforça a importância de manter a pele e a pelagem saudáveis durante a estação. “O ar seco pode causar ressecamento da pele, então é recomendado o uso de produtos específicos para hidratação. Além disso, evitar tosas muito baixas ajuda a proteger os animais do frio”, explica. Para prevenir problemas respiratórios e de pele, o uso de um umidificador para manter a umidade do ar em níveis saudáveis pode ser benéfico, segundo o profissional, além de garantir que os animais estejam sempre limpos e secos.

    Foto: Unsplash

    A hidratação dos pets também deve ser monitorada com atenção. “Assim como os humanos, os animais tendem a beber menos água no frio. Verifique regularmente a quantidade de água que eles estão consumindo e, se necessário, adicione água morna ao alimento dos cães e gatos, ou ofereça frutas e vegetais ricos em água para roedores e pássaros”, orienta o veterinário.

    Por último, mas não menos importante, manter a vacinação dos animais em dia e realizar check-ups regulares com o veterinário é essencial, principalmente durante o inverno, para garantir que o sistema imunológico dos pets esteja fortalecido contra doenças sazonais. “Animais idosos, em especial, podem precisar de cuidados extras, como camas especiais e suplementos para articulações”, finaliza o especialista.

    Felipe Filgueiras Facklam é médico-veterinário especialista em Medicina de Animais Selvagens. Atua como assessor técnico da Coordenadoria de Bem-estar Animal em Petrópolis, onde atua também como responsável técnico pela clínica-escola de Medicina Veterinária da Universidade Estácio de Sá. Além disso, é especialista em animais silvestres e exóticos na Clínica Veterinária Amigo Bicho.

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