• Projeção de déficit primário em 2024 no Prisma Fiscal passa de R$ 81,4 bi para R$ 73,5 bi

  • 14/ago 10:48
    Por Fernanda Trisotto / Estadão

    Os analistas de mercado ouvidos mensalmente pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda projetam que o governo entregará um resultado primário com déficit de R$ 73,5 bilhões em 2024. A estimativa mostra um cenário melhor em relação ao documento anterior, de julho, que projetava um rombo de R$ 81,424 bilhões. Os dados constam do boletim Prisma Fiscal de agosto, divulgado nesta quarta-feira, 14.

    O governo pretende zerar o déficit neste ano com o novo arcabouço fiscal, aprovado no ano passado. Embora a Lei Orçamentária Anual de 2024 previsse um pequeno superávit de R$ 2,8 bilhões neste ano, dentro do resultado neutro almejado, o relatório bimestral de despesas e receitas divulgado em julho revisou o resultado primário para um déficit de R$ 28,8 bilhões (o equivalente a 0,25% do PIB, no limite inferior da meta).

    Para 2025, a projeção também mostra um resultado melhor, embora ainda negativo. A expectativa do mercado é de déficit de R$ 91,688 bilhões – no mês anterior, a projeção era de rombo de R$ 95,341 bilhões. O governo alterou a meta fiscal para 2025 quando enviou o projeto de lei de diretrizes orçamentárias (PLDO) ao Congresso: de um superávit equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, agora o alvo é repetir o resultado neutro, de 0% do PIB.

    Um dos objetivos da nova regra fiscal é perseguir superávits primários, partindo de um resultado neutro em 2024. A proposta substituiu o teto de gastos, com regras mais flexíveis para as despesas do governo. Os gastos só poderão crescer em até 70% do aumento da receita, dentro do intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação.

    O Prisma deste mês revisou para cima as previsões do mercado para as receitas federais em 2024, com a estimativa passando de R$ 2,613 trilhões para R$ 2,622 trilhões. Para 2025, a projeção para a arrecadação também avançou, passando de R$ 2,744 trilhões para R$ 2,751 trilhões.

    A estimativa para a receita líquida do Governo Central neste ano passou de R$ 2,132 trilhões para R$ 2,136 trilhões, enquanto para o próximo ano variou para cima, de R$ 2,235 trilhões para R$ 2,245 trilhões.

    Pelo lado do gasto, a projeção de despesas totais do Governo Central este ano ficou estável em R$ 2,209 trilhões. Para 2025, a estimativa avançou, de R$ 2,333 trilhões para R$ 2,343 trilhões.

    A mediana das projeções dos analistas do Prisma para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) registrou piora Para 2024, passou de 77,46% do PIB em julho para 77,72% do PIB no relatório divulgado nesta quarta. Para 2025, a estimativa passou de 80,10% para 80,32% , na mesma comparação.

    Segundo a previsão que consta do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, o governo espera que a DBGG chegue a 77,9% do PIB no próximo ano. A expectativa é de que a dívida bruta alcance 79,1% do PIB em 2026 e 79,7% do PIB em 2027.

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